A data marcada para o fim do mês preocupa os comerciantes
A correria nas peixarias de Campo Grande está oficialmente a todo vapor, isso porque nesta quarta-feira (14) marcou o início da quaresma, intervalo que antecede as celebrações da Páscoa. Prática que para muitos cristãos, o preparo de pratos com carne branca é sagrado. Como é o caso do Bruno Amaral e Luciano Oliveira que aproveitam a data para se reunir com a família e saborear um pescado que é de dar água na boca.
“Viemos à peixaria, devido à Quarta-Feira de Cinzas, e não consumimos carne vermelha nessa época. Então aproveitamos a data para reunimos a família em casa para o jantar, o cardápio vai ser um pacu assado na churrasqueira e ensopado de pintado”.
A Sexta-feira Santa, data em que os peixes se tornam a atração principal nos pratos de comidas, será no dia 29 de março, neste ano. Com mais de 47 anos no Mercadão Municipal, o proprietário da Peixaria do Mercadão, Cleuber Linares destaca que as expectativas de venda são boas, porém a data tem gerado preocupação.
“Esse ano a Semana Santa vai ser mais cedo, então estamos um pouco preocupados, porque vai ser num final de mês, na última semana de março. Então a gente não sabe se ela vai ser tão boa igual foi ano passado, que ocorreu na primeira semana de abril, onde o pessoal estava recebendo o salário”, analisou Linares.
Esperando que o consumidor se organize para ir às compras nas peixarias, Linares pontua que as expectativas são positivas e destaca que o estoque na loja já está reforçado para a data.
“Devido à experiência no mercado, todo ano a gente se prepara, fazemos uma média de venda dos últimos 5 anos e o resultado dessa média de venda da quaresma a gente sempre conta 10% a mais no estoque. Contando com um aumento nas vendas, e também para não deixar faltar algum determinado produto. Mas assim, estamos sempre confiantes e pensando positivo de que vai ter uma crescente nas vendas”, diz otimista o proprietário.
Pescado sul-mato-grossense
No movimento das peixarias, encontramos o pastor Sidney Bichofe que saiu, com a família, para comprar os pescados. Ele compartilhou com a reportagem que o pescado do Estado é um dos melhores e sobre a tradição de comer o alimento na data.
“Estou indo viajar para Santa Catarina, e meu irmão que mora lá não tem acesso a esses peixes. Aqui estou levando pacu recheado, sem espinho, pronto para assar. E na Semana Santa não faço muita diferenciação de comer somente peixe, mas a tradição é boa e saudável. E o peixe daqui, de Mato Grosso do Sul todo mundo gosta, tanto que estou levando ele pra viajar comigo”, brinca o consumidor.
Os brasileiros estão consumindo mais peixes e para acompanhar a alta do consumo, a produção de cultivo do produto no país cresceu 2,3% em 2023, conforme dados do último levantamento feito pela PeixeBR (Associação Brasileira de Psicultura). Ela saltou de 578,8 mil toneladas em 2014 para 860,35 mil toneladas em 2022. Um acréscimo de 48% em menos de uma década.
Os queridinhos usados no preparo das refeições, segundo Cleuber Linares é o pacu, pintado, filé de tilápia, costelinha de pacu, e o campeão de vendas é o pacu recheado. Com preços mais salgados, literalmente, estão o bacalhau e o salmão.
Preços
Na peixaria Rio Sul, na Rua Rui Barbosa, os consumidores podem encontrar a costelinha de Pacu (com espinha) por R$ 21,90 o quilo, filé de Tilápia ou postas de Pintado por R$ 39,90 o quilo.
Na peixaria do Mercadão, a novidade é a carne moída de Pacu por R$ 11,90 o quilo, filé de Pintado (do Pará) por R$ 29,90, filé de Tilápia por R$ 49,90, filé de Pintado (Surubin) por R$ 54,90, Pacu inteiro R$ 33,90 e o Pacu recheado sem espinha por R$ 43,90 o quilo.
Por Suzi Jarde.
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