Inflação de alimentos em Campo Grande é a maior entre capitais do Brasil

Sacos de arroz à venda em mercado. Foto: Geraldo Bubniak/AEN
Sacos de arroz à venda em mercado. Foto: Geraldo Bubniak/AEN

Enquanto o governo federal estuda medidas para tentar atenuar a alta dos preços dos alimentos no País, Campo Grande registrou maior aumento da inflação em domicílios, entre as capitais do Brasil, no ano passado. Segundo microdados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a cidade Sul-matogrossense teve alta de 11,3%. Logo atrás vem Goiânia (GO), com 10,64%, seguido de São Paulo (SP), com 10,07%.

Porto Alegre, por outro lado, registrou a inflação de alimentos mais baixa, de 2,89%, em função da forte oferta de produtos alimentícios na região, com a ajuda recebida após as chuvas que devastaram o Rio Grande do Sul em maio do ano passado. As cidades foram pesquisadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

De acordo com pesquisa Genial/Quaest divulgada na segunda-feira (27), a desaprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a 49% e superou a aprovação pela primeira vez desde o início do governo. A inflação de alimentos explica parte dessa piora nos números.

Na semana passada, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, chegou a falar em um “conjunto de intervenções” para baratear os alimentos, mas foi obrigado a se corrigir, por meio da própria assessoria, em função de temores de que o governo pudesse adotar medidas artificiais e com impacto fiscal para atenuar o problema.

Para o coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre, André Braz, as cidades do País que têm maior hábito de consumo de carnes bovinas acabaram sentindo um efeito maior da inflação. Isso foi visto em Campo Grande, que teve alta de 31,32% nesses produtos, em Goiânia, que teve alta de 24,21%, e São Paulo, que registrou aumento de 26,54%.

“Cidades com um peso maior da carne bovina acabaram tendo uma inflação de alimentos mais elevada, em função da forte alta desses produtos em 2024. A carne bovina foi um grande vilão dos preços″, explicou Braz.

Pelos dados do IBGE, em São Luiz (MA), os alimentos em domicílio tiveram alta de 9,56%, em Fortaleza (CE), o aumento foi de 8,1%. Já em Recife (PE), com 5,95%, em Salvador (BA), 5,84%, e Aracaju (SE), 5,07%, os aumentos foram menos intensos.

Segundo Felipe Nunes, socio-fundador da Quaest Pesquisa e Consultoria, a inflação dos alimentos teve papel relevante sobre a piora da popularidade do governo.

Para 83% dos entrevistados em janeiro, a inflação dos alimentos subiu no último mês, contra 65% dos que responderam a mesma pergunta em outubro. “O aumento no preço dos alimentos chegou ao maior número de brasileiros de toda a nossa série histórica, reforçando sua importância explicativa para essa queda acentuada da popularidade do governo”, afirmou.

 

Confira as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *