De recesso de fim de ano, o ministro da Economia, Paulo Guedes, interrompeu o descanso em acaloradas ligações e envios de mensagens para seus principais assessores. Na quinta-feira (23), ele reclamou sobre a decisão do relator do Orçamento na Câmara, o deputado Hugo Leal (PSD-MG), de retirar do texto a previsão de gastos pela manutenção da desoneração da folha para os 17 setores da economia que mais empregam no país.
Segundo pessoas próximas, o ministro reclamou que as questões consideradas prioritárias pelo Ministério da Economia não foram contempladas pelo deputado, como a isenção de IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) para taxistas.
Guedes bateu na tecla de que a decisão de Leal é “inacreditável”, porque vai contra as políticas de fomento à criação de empregos engendradas pelo governo. “Defendem em público a desoneração mas não incluem no orçamento”, escreveu ele a um auxiliar.
Em entrevista a VEJA, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), minimizou a possibilidade de outras categorias pleitearem aumentos. “O limite orçamentário para reajuste dos servidores é definido com base no espaço. Até certo limite, podemos avançar. Além disso, não”, afirmou o deputado. “Não tem essa de ‘todo mundo vai querer’, porque não tem espaço para isso. As categorias que o governo decidiu ou decidir inserir serão contempladas dentro do Orçamento. Quando a decisão foi tomada, acredito que o impacto político foi considerado”, disse ele.
(Com informações: Veja)