Gasolina no interior do Estado custa quase R$ 7

Fotos: Divulgação
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Jornal O Estado pesquisou preços em 20 municípios

Se o consumidor pensa que a gasolina está cara em Campo Grande, é porque não viu o preço nos municípios do interior de Mato Grosso do Sul. Para provar, o jornal O Estado realizou pesquisa em 20 postos de combustíveis e encontrou o produto por até R$ 6,89, em Costa Rica, por exemplo. Com isso, custa, pelo menos, R$ 1,40 a mais do que a gasolina vendida na Capital (R$ 5,49).

A diferença de valores entre os municípios é evidente. Conforme explica o diretor-executivo do Sinpetro/MS (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul), Edson Lazaroto, o custo do frete impacta na precificação. 

“Como sempre explicamos, o mercado de combustíveis no Brasil é de livre mercado. No caso das cidades do interior, o custo cobrado pelas distribuidoras (todas) sempre é mais elevado, devido ao custo do frete, ou seja, quanto mais distante, o custo será mais afetado”, explicou.

Ainda de acordo com Lazaroto, o combustível para Mato Grosso do Sul vem dos Estados de São Paulo e Paraná.

 

Municípios

No município de Costa Rica, foi encontrado o valor mais caro para o litro da gasolina, por R$ 6,89. No Auto Posto Bonança, localizado em Pedro Gomes, a gasolina chega a R$ 5,97. Em Maracaju, está por R$ 5,89. Em Corumbá, o preço bate R$ 6,50 na gasolina comum; em Nioaque, São Gabriel e Terenos, o combustível está o mesmo preço, R$ 5,49.

Em Bonito, região turística e com alta movimentação, a gasolina está sendo comercializada por R$ 6,45. No município de Guia Lopes está por R$ 6,32; Dourados, por R$ 5,49; Ponta Porã, R$ 5,99, Três Lagoas, R$ 5,79.

Em Paranaíba, a situação não está nada favorável ao consumidor, com a gasolina custando R$ 6,29; Coxim, R$ 5,90; Cassilândia, R$ 6,30; Sidrolândia, R$ 5,99; Água Clara, R$ 6,29; Bataguassu, R$ 5,99; Ivinhema, R$ 5,89 e, por fim, Amambai, R$ 6,19.

 

Reajuste 

O custo do litro é ainda mais exorbitante devido ao reajuste feito pela Petrobras, que começou a valer no dia 16. A estatal reajustou em R$ 0,78 (26%) o preço do diesel nas refinarias, e R$ 0,41 (16%) o litro da gasolina.

Após o reajuste, a gasolina pode ser encontrada, em Campo Grande, por R$ 5,29, R$ 5,39 e R$ 5,49. Antes, custava R$ 4,99

Segundo previsão do Sinpetro/MS, a projeção de impacto para o Estado era de R$ 0,69 e R$ 0,30, respectivamente.

Antes do reajuste, a estatal estava em um período de defasagem, que atingiu 13%, segundo os últimos dados da Abicam (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). 

O engenheiro civil e gestor de obras rodoviárias, Brendon Moreira, morador de Maracaju, distante 159 km da Capital, explica que para a execução do trabalho e das obras da rodovia, por exemplo, é necessário um alto consumo, tanto da gasolina quanto do diesel. Para a empresa, os valores, com ambos os combustíveis, não só são quantificados, como também entra para a prestação de serviços para o Estado.

“Como a gente trabalha com manutenção viária, os carros pequenos consomem gasolina para se deslocar da cidade para as rodovias, e os caminhões que transportam os materiais, massa asfáltica e agregados, consomem bastante diesel. Penso que esse aumento pegou a gente de surpresa, ainda mais nessa proporção (16%). Isso aperta o nosso orçamento e tem um impacto em toda a economia, já que dependemos do combustível em diversos setores. Todo mundo sai impactado”, observou.

Em orçamentos de serviços privados, no entanto, o cenário é de perda. “Se a gente já fechou contrato, acaba saindo prejudicado, muitas das vezes. Já demos o preço para o cliente e quando vamos executar o serviço, de fato, o gasto aumenta, assim, de repente. Não temos como pedir um reajuste ao cliente, a não ser para contratos que ainda não foram fechados, aí a gente repassa o preço, que é o que todo mundo faz”, lamenta.

 

Por Julisandy Ferreira – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.

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