De acordo com Abiove, tendência de queda nos preços deve vir só em janeiro
A ida aos supermercados nos últimos meses trouxe consigo diversas surpresas, principalmente no que tange aos valores cobrados pelo óleo de soja. Com a baixa no consumo interno, as exportações do produto subiram 139% no Estado. Diante deste cenário, de acordo com os preços identificados pelo jornal O Estado nos últimos 35 dias, o produto ficou até 15% mais caro na média ao consumidor final. No entanto, a majoração já havia sido notada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) no mês passado, quando o item chegou a ser considerado o vilão da cesta básica da Capital com alta de 19,01%. Contudo, a entidade representativa afirma que a queda só acontecerá a partir de janeiro.
Segundo os preços identificados pela equipe do jornal O Estado na primeira análise semanal, que aconteceu no dia 11 de setembro, o óleo de soja, obteve um valor médio de R$ 5,69, sendo o mínimo de R$ 5,59 encontrado no Nunes, Pires e Frama, e o máximo de R$ 5,89 no Extra. Ou seja, naquele período o custo variou 5,37%. Contudo, quando se observam as cotações da última pesquisa no dia 16 de outubro, o preço médio pago pelo litro chegou aos R$ 6,63, tendo como custo mínimo R$ 5,99 e o máximo de até R$ 7,19, variação de 20,03%. Na comparação entre ambos os valores aplicados nos estabelecimentos da cidade é possível observar, então, que em 35 dias os consumidores tiveram de arcar, em média, com uma alta de 16,52%.
Sobre a alta nos preços
Vale lembrar que a elevação já foi informada pelo Dieese, que indicou um encarecimento de 19,01% no produto no mês passado, com preço médio de R$ 5,58 a garrafa de 900 ml na Capital. A alta não foi exclusividade de Mato Grosso do Sul, pois o mesmo levantamento também afirmou que o litro do óleo de soja apresentou elevação em todas as capitais, com destaque para Natal (39,62%), Goiânia (36,18%), Recife (33,97%) e João Pessoa (33,86%). Na ocasião, o Dieese explicou que tais preços foram registrados em razão de que os estoques brasileiros de soja e derivados estiveram baixos, consequência da alta demanda externa e interna.
Em suma para explicar os motivos de tal alta, a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) destaca que durante a pandemia, enquanto o consumo em bares e restaurantes caiu, a demanda pelo produto nas residências aumentou, e tudo isso impulsionou a comercialização do produto para fora do país.
(Texto: Michelly Perez)
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