Empreendedoras conciliam filhos e trabalho em casa

Ser mulher não é uma tarefa fácil, mas elas sempre conseguem uma forma de dar conta do recado. Agora, ser mulher e mãe também está longe de ser fácil e por isso, algumas acabam abrindo mão de trabalhar fora por conta dos pequenos. Para conciliar a maternidade e a vontade de ser independente financeiramente, muitas levaram o trabalho para o seu próprio lar, em alguns casos conseguindo faturar quase o dobro do que se tivesse trabalhando fora.

É o caso da artesã Adriellen Lopes, de 29 anos. Ela tem uma filha chamada Joana, de 1 ano e 9 meses, que deu nome a sua empresa no ramo de papelaria, “Joaninha Criativa”. Para isso, ela precisou investir R$ 3 mil e hoje ganha o dobro do que ganhava antes.

Adriellen trabalhou por 12 anos como professora de dança e bailarina. Ela conta que trabalha em casa desde que Joana tinha 6 meses.

“Todo mês comemorava o mesversário dela e comecei a fazer os próprios topos do bolo. Fiz um curso on-line e pedi ajuda da minha mãe para decorar o chá de bebê de uma amiga e assim deu certo. Já estou há 1 ano e 3 meses. Trabalhando em casa ganho duas vezes mais do que ganhava antes. Trabalho bem mais também, porém estou amando”, acrescenta.

Até os 9 meses da filha, ela tentou conciliar a dança com a maternidade e a nova profissão escolhida.

“Estava difícil a logística para deixar com alguém e ir dar aula, muitas vezes levava até comigo. Porém, a demanda da papelaria começou a crescer e o tempo de produção já estava curto e decidi parar, até porque não estava compensando mais financeiramente. Aos fins de semana trabalhava como dançarina em uma casa de shows, com a pandemia acabando com os eventos também parei de dançar”, explica.

A empresária no ramo de vestuário infantil, Cristiane Sousa Borges, de 39 anos, também parou de trabalhar fora para cuidar de seu primeiro filho, que hoje tem 11 anos. Ela tem outros dois filhos, um de 9 anos e outro de 6 anos.

Antes, Cristiane representava uma marca de cosméticos para salão, mas há cinco anos resolveu investir R$ 2 mil para abrir seu próprio negócio, que dá à ela quase o dobro do que ganhava antes.

” Apaixonada por vendas e pela maternidade, pensei em algo que pudesse conciliar os dois, ter uma renda sem precisar deixar meus filhos com alguém ou em escola período integral”, relata

Para a proprietária de uma livraria infantil on-line, Ana Paula Ajul de Menezes, 39 anos, o relato não foi diferente. Formada em administração e arquitetura e mãe de duas meninas, uma de 5 anos e outra de 2 anos, há cinco anos ela optou por trabalhar em casa para cuidar de sua primeira filha. Foi investido R$ 5 mil para dar início a nova etapa.

” A maternidade despertou em mim, a responsabilidade pela educação integral das minhas filhas. E seria impossível assumir essa responsabilidade, trabalhando fora de casa. O casamento e os filhos se tornaram prioridades, e cuidar deles deu sentido à minha vida”.

No caso de Ana Paula, a renda não é equivalente ao que ganhava trabalhando fora de casa, mas se sente realizada em estar perto das filhas e ter faturamento dentro do próprio lar.

Não é fácil!

Cumprir o papel de mulher, mãe e ainda empreender se torna desafiador. Quem vive isso, sabe. O fato de trabalhar em casa, às vezes, acaba tomando mais o tempo de mãe.

Para Adriellen é difícil desligar a ‘chave’ mãe e ter apenas uma função na hora do trabalho. “Acredito que tudo tem um preço, tem dias que consigo produzir mais e tem dias que trabalho com a cria pendurada no peito amamentando. Se depender de mim, não volto a trabalhar fora”.

Cristiane também compartilha do mesmo sentimento. ” Quem trabalha em casa acaba trabalhando mais e muitas vezes as funções da casa e de mãe se misturam”, enfatiza.

Para Ana Paula, o cotidiano é desafiador. “A rotina é desafiadora sempre, inclui rotina bem estabelecida, tanto das meninas, quanto do tempo que disponibilizo para me dedicar à livraria”, conclui.

Diante disso tudo, uma coisa é certa. Sendo mãe ou não, todas as mulheres são capazes.

texto de Izabela Cavalcanti

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