Do maior exportador de algodão do mundo, nasce o 3º maior produtor do Brasil

Foto: CNA
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O estado Sul-mato-grossense exportou mais de 14 milhões somente neste ano

Neste ano o Brasil conquistou uma marca histórica, prevista para ser alcançada somente em 2030: o título de maior exportador de algodão do mundo. E os algodoeiros sul-mato-grossenses foram um dos responsáveis para que o país atingisse o recorde, nos seis primeiros meses de 2024 o Estado já produziu mais de 14 milhões de toneladas do algodão em pluma – produto resultante da operação de beneficiamento do algodão em caroço. Resultado que torna MS o terceiro estado que mais produz algodão, segundo explicou em entrevista para o jornal a assistente técnica do Sistema Famasul, Anniely Martins.

“O Mato Grosso do Sul é o terceiro maior produtor do Brasil. Além disso, o Brasil ultrapassa os Estados Unidos em produção de algodão na safra 2023/2024, pois, possuímos a tecnologia e as características edafoclimáticas para esse crescimento no mercado internacional”, justificou. Ainda conforme reforçou a especialista, esses resultados positivos tanto para o país quanto para o estado, só foi possível graças ao controle da principal praga das plantações algodoeiras e com alto poder destrutivo.

“O mercado brasileiro está inovando com tecnologias sustentáveis para o controle do maior desafio de cultivar o algodão: Anthonomus grandis (bicudo-do-algodoeiro), e, isso reflete positivamente para que as produções continuem progredindo, obtendo maiores produtividades e incentivando o setor algodoeiro no Mato Grosso do Sul e principalmente os produtores rurais”, lembra.

Outra boa notícia para se comemorar, é o da relação comercial com a Tailândia pela primeira vez neste ano, o país asiático importou cerca de 295.620 toneladas de pluma de Mato Grosso do Sul, o equivalente a US$ 550.870. Em 2023 havia exportações de algodão pluma para Índia, Japão e Coreia do Sul, entretanto, atualmente não há exportações para eles. “Neste cenário do ano de 2024 voltaram as exportações para Tailândia, que no ano anterior não havia tido cooperações para esse mercado”, conclui a profissional.

Ainda conforme dados da Famasul, a China comprou neste ano mais de 6 milhões de toneladas algodão tipo pluma o que corresponde à US$ 11.315.456 , em segunda posição de maior compra está o Vietnã com 2.632.616 de toneladas, no valor de US$ 5.265.651.

Produção

Na safra de 2022/2023 foram produzidas em Mato Grosso do Sul 148 mil toneladas de algodão em caroço. A estimativa para este ano é que se produza um volume 14% maior que a anterior, de 170,4 mil toneladas. Já a expectativa para o algodão em pluma, é de 70,5 mil toneladas na safra 2023/2024. O município de Costa Rica compreende a maior área de produção com 16.588,52 hectares, seguido por Chapadão do Sul (8.902,32 ha), Alcinópolis abrange 2.081,22. Outras 11 cidades do estado também ocorre a atividade agrícola.

Em Mato Grosso do Sul, o cultivo do algodão começou pela região sul, de acordo com dados da Ampasul (Associação sul-mato-grossense dos produtores de algodão) com a implantação da Colônia Agrícola Federal de Dourados abrangendo os municípios de Naviraí, Fátima do Sul, Glória de Dourados e Deodápolis, entre outras. Inicialmente por intermédio de agricultores nordestinos e da migração de pequenos agricultores que já plantavam algodão em São Paulo e no Paraná.

Com o propósito de promover melhores condições de produção aos cotonicultores da região, foi criada em dezembro de 1978 a COPASUL, Cooperativa Agrícola Sul-mato-grossense que implantou em Naviraí, na década de 80, sua primeira usina de beneficiamento, tida como a mais moderna do Brasil. Somente na década de 90 é que a planta passou a ser desenvolvida na região centro-oeste e norte do estado, especialmente nos municípios de Chapadão do Sul, São Gabriel do Oeste e Costa Rica, aonde o algodão se desenvolveu com seu novo perfil produtivo.

Por Suzi Jarde

 

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