Gasto com cesta básica compromete 57% do salário do campo-grandense

Foto: Roberta Martins
Foto: Roberta Martins

Custando R$805, a capital sul-mato-grossense tem a 5ª cesta básica mais cara, segundo Dieese

 

As compras de supermercado tem expressivo impacto no orçamento das famílias em Campo Grande. Em abril, 57,34% do salário do trabalhador foi destinado na compra de alimentos da cesta básica. Os dados foram revelados pela pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), divulgados ontem (8).

“Para adquirir uma cesta básica em Abril de 2025, o trabalhador comprometeu 57,34% do salário mínimo líquido, em função do desconto de 7,5% no valor bruto do salário, que é destinado à Previdência Social. Comparando com o empenho de 56,16% registrado em Março, constatou-se variação em 1,18%”, informa o estudo.

Também em abril, o valor da cesta básica atingiu o custo de R$ 805,08 em Campo Grande. A Capital está entre as cinco cidades brasileiras com a cesta básica mais cara no país, em 12 meses o consumidor campo-grandense pagou 9,87% mais caro na compra do conjunto dos alimentos. Considerando uma família com quatro pessoas (dois adultos e duas crianças), o desembolso para adquirir a cesta básica chegou a R$ 2.415,24, em abril.

A jornada de trabalho necessária para comprar uma cesta básica na Capital foi de 116 horas e 41 minutos – aumento em 2 horas e 24 minutos na jornada em comparação ao mês de março. Na comparação com o mesmo mês de 2024, quando o salário mínimo líquido registrou o valor de R$ 1.306,10, e o comprometimento da cesta alcançou 56,10% daquele salário, observa-se aumento em 1,24%.

Panorama nacional 

O valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 15 das 17 capitais onde o Diesse realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Entre março e abril de 2025, as elevações mais importantes ocorreram em Porto Alegre (5,38%), Recife (4,08%), Vitória (4,05%) e São Paulo (3,24%). Já as reduções foram observadas em Brasília (-0,87%) e Salvador (-0,23%).

São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 909,25), seguida por Florianópolis (R$ 858,20), Rio de Janeiro (R$ 849,70) e Porto Alegre (R$ 834,22). Com base na cesta mais cara, que em abril, foi a de São Paulo, o Dieese estima que  mensalmente o valor do salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.638,62 ou 5,03 vezes o mínimo reajustado em R$ 1.518,00.

Em abril de 2025, o preço do café em pó subiu em todas as cidades pesquisadas. Os aumentos variaram entre 0,87%, em Goiânia, e 15,55%, em Vitória. Em 12 meses, todas as 17 capitais também apresentaram taxas positivas, com destaque para Vitória (137,04%).

A batata, pesquisada na região Centro-Sul, aumentou em todas as cidades, com variações entre 11,00%, em São Paulo, e 35,01%, em Porto Alegre. O preço do tomate aumentou em 15 das 17 capitais entre março e abril de 2025. As maiores taxas foram verificadas em Porto Alegre (51,99%), e Vitória (34,28%). O preço do quilo do pão francês aumentou em 12 capitais entre março e abril de 2025. As altas oscilaram entre 0,26%, no Rio de Janeiro, e 4,99%, em Vitória.

 

 

Suzi Jarde

 

Confira as redes sociais do Estado Online no Facebook Instagram

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *