Consumidores dizem que aumentos são abusivos

Os aumentos nos preços da gasolina estão sendo considerados abusivos e desnecessários pelos consumidores da Capital. Pelo menos foi o que comprovou a reportagem do jornal O Estado que foi às ruas ouvir a população em dois postos de Campo Grande. O atendente Rafael de Moura, 23 anos, era um desses consumidores que estava ontem abastecendo o veículo Gol 1.0, em um posto situado na Avenida Fernando Corrêa da Costa com a 14 de Julho. No local, a gasolina estava cotada a R$ 4,89 e o etanol a R$ 3,39.

Moura destacou que para encher o tanque atualmente gasta R$ 250 em média, mas com os reajustes está optando por abastecer no álcool porque a gasolina não está compensando. “Ultimamente não estou enchendo o tanque por causa do alto preço. Aí só abasteço o valor para rodar no dia”, salientou destacando que colocou R$ 20 de gasolina no tanque.

O atendente alega que o preço está muito elevado. “O preço está muito abusivo. Uma gasolina que era R$ 4,13 e foi só aumentando. Está quase R$ 5 conto. Não está valendo a pena, daqui uns dias só o gás natural. Se bem que até o de cozinha está complicado”, criticou. “Teria de dar uma reduzida. Aqui no estado está muito Abusivo. Em outros estados está bem mais barato”, acrescentou.

Outro consumidor que também abastecia no local era o funcionário público Cláudio Morinigo Ribeiro, de 44 anos. Dono de um Onix 1.4, ele lembra que para encher o tanque gastava R$ 180 e, agora que aumentou, uns R$ 200. O gasto depende do posto. Ontem ele estava abastecendo 30 litros no valor de R$ 150. O funcionário público destacou que na cidade ele costuma usar gasolina, mas quando viaja abastece com etanol.

“Estou achando desnecessário essas altas. Trabalhamos com carro em algumas situações e está pesando no bolso final do mês”, enfatizou, destacando que o governo teria de ponderar os impostos. “Aqui no Estado, em tudo que é essencial o valor dos impostos está abusivo”, salientou.

Mais pobreza

Em outro posto de combustíveis, situado na Rua Rui Barbosa com a Rua Professor Severino Ramos de Queiroz, onde a gasolina custava ontem R$ 5,09 e o etanol R$ 3,55, os campo-grandenses também faziam as contas na hora de abastecer.

Um deles era o auditor público Reinaldo Guimarães Campos, 65 anos. Para encher o tanque do seu carro, um Jeep, ele disse que gasta R$ 200.

“Sempre encho o tanque já que meu carro é diesel. Mas também pesa. Aumenta a gasolina, só não aumenta os salários. Há 5 anos os servidores públicos estaduais não têm aumento. Só as categorias especiais”, lamentou.

Ele destaca que o problema é que a economia brasileira é atrelada ao dólar. “Quando você atrela determinados itens da economia ao dólar, aí há um desequilibro. É um fato que aumenta a pobreza das pessoas”, avalia o auditor.

Os reajustes, segundo ele, pesam no bolso no fim do mês. “Já existia um desequilíbrio, e com isso aumentou mais. O salário mínimo aumenta pouco. Ou dolariza toda a economia ou não temos outra alternativa. As classes menos favorecidas são as que mais padecem”, conclui.

(Texto: Bruna Marques)

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