Mesmo com presentes mais caros, intenção de consumo diminui; maioria dos consumidores culpa a falta de dinheiro
A pouco menos de um mês para o Dia dos Pais, o comércio de Campo Grande já sente os efeitos da perda de fôlego do consumidor. A projeção da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) aponta para uma queda de 14,5% nas vendas em comparação com o ano passado, com movimentação estimada em R$ 103,95 milhões.
O levantamento, feito com 210 pessoas em diferentes bairros da cidade, indica que sete em cada dez entrevistados pretendem comprar presentes, mas com cautela. Ainda que o valor médio gasto tenha subido, chegando a R$ 265 nos produtos e R$ 290 nas comemorações, o acréscimo está longe de sinalizar otimismo. Segundo a CDL, o aumento se deve à inflação, que encarece os itens tradicionais da data.
“O aumento do ticket médio está mais relacionado à inflação do que ao impulso de compra. O consumidor precisa de condições reais para celebrar, e o comércio tem de oferecer alternativas que respeitem esse momento econômico”, diz o presidente da entidade, Adelaido Vila.
Entre os que devem ficar de fora das compras neste ano, 18% afirmaram não ter condições financeiras ou ainda estão indecisos. A preocupação com o orçamento aparece em primeiro plano, especialmente entre os servidores públicos, que enfrentam defasagem salarial e comprometimento da renda com empréstimos consignados, dificultando até mesmo o acesso ao crédito.
Mesmo assim, a tradição se mantém: roupas, calçados, eletrônicos e perfumaria seguem como as principais escolhas de quem vai às compras. A diferença está na forma: o consumidor está mais atento a preço, qualidade e prazos, priorizando o que cabe no bolso.
Para tentar contornar o cenário, comerciantes têm recorrido a estratégias como descontos à vista, parcelamentos estendidos, cashback e ações promocionais voltadas ao lado afetivo da data, com brindes personalizados ou experiências pensadas para pais e filhos. A meta, segundo lojistas, é manter o vínculo com a data, mesmo com o bolso apertado.
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