Faturamento do empreendimento chega a R$ 22 milhões ao ano
De uma receita, surgiram 60 empreendimentos de sucesso. Foi assim que, em novembro de 2016, a bacharel em Direito Natalie Pavan, 33 anos, estava dando início a um grande sonho. De uma família simples, e assalariada naquela época, atualmente ela é fundadora e dona da MyCookies, com 60 unidades espalhadas pelo Brasil.
Receita do sucesso
A sul-mato-grossense conta que tudo começou por conta de que o marido, Paulo Ifran, 32 anos, adorava comer cookies. Porém, o biscoito custava em torno de R$ 9 cada. “Como ele não comia apenas um – brinca Natalie sobre comentário –, eu percebi que estávamos tendo um gasto grande apenas na compra do cookies. Como tinha uma receita, decidi eu mesma fazer. E, como sou otimista, continuei até que o resultado ficasse igual ao que ele comprava”, lembra a empreendedora sobre o início.
Segundo ela, o ponto certo do biscoito demorou dois anos para ficar completo. Nesse período, a família e os amigos gostaram e foi nesse momento que ela decidiu vender cookies em frente das escolas.
Ela chamou um rapaz para trabalhar junto nas vendas. Sempre que chegava do outro emprego, fazia os biscoitos e congelava. No dia seguinte, acordava duas horas mais cedo, assava e os deixava com o vendedor.
“Em um dia, eram vendidos cerca de 30 cookies e essa forma de vender não durou 15 dias, pois, percebi que se o produto fosse vendido quentinho, na hora, eu teria um lucro maior”, explica Natalie.
No entanto, a empresária conta que não tinha dinheiro para investir, mas garante que tinha muita vontade de fazer acontecer. Sendo assim, ela foi até um grande mercado da cidade e conseguiu negociar o aluguel de um espaço no local para pagar pela locação depois de 30 dias.
Primeiro, Natalie foi em busca de um balcão, depois de um freezer, forno elétrico e uma estufa de salgados. Ela conta que, no mesmo dia, foi até um marceneiro e mostrou como queria um balcão para o atendimento. “Ele fez o projeto e me disse o valor que ficaria, e perguntei se ele poderia parcelar em cheques. Na hora ele respondeu que não poderia, pois não me conhecia. Mas insisti na proposta e falei ‘você ainda vai ouvir falar muito de mim’; depois desta frase ele aceitou meu cheque”, relembra a empresária.
Com o primeiro quiosque pronto para o atendimento, a empreendedora começou apenas com quatro sabores de cookies e eram assados oito biscoitos por vez em um forno caseiro. Além disso, as embalagens do produto eram a mesmo de vender pipocas e a logo era carimbada nos embrulhos.
Com o novo local de vendas, a demanda começou a crescer e toda a produção de madrugada de Natalie era vendida antes do horário de fechamento do local. Foi quando a empreendedora decidiu sair do emprego e focar na empresa.
Para a empresária, empreender é um risco grande. “Tinha o quiosque, pois, os gastos eram menores e mudar para uma loja teria mais custos e, lembro que ficava nesse impasse. Então quando decidi investir em um espaço no shopping da Capital, meus vizinhos comerciantes dormiram sem mim e acordaram comigo. Planejei e organizei todo o local durante a madrugada.”
“Com o novo investimento no local, começamos a crescer e a população começou a conhecer mais a marca MyCookies. Nesse espaço criamos uma cozinha para que o biscoito fosse produzido e assado. A cada 15 minutos eram feitos mais de 120 cookies. Após essa inauguração com o espaço no shopping, a marca nunca mais parou de crescer e atualmente são 60 lojas no país”, destaca Natalie.
Investimento
A pandemia da COVID-19 foi uma sobrevivência para a empresa. Segundo a empresária, a marca cresceu e sobreviveu durante os dois últimos anos. “Foi muito desafiador, pois, tivemos de nos adaptar a deliveries, caixinha para o processo de atendimento a distância, entre outros aspectos”, conta.
Desde 2016, os investimentos das lojas eram feitos com o dinheiro de retorno do próprio negócio. Mas, durante a pandemia, Natalie lembra que foi preciso ir à agência bancária para fazer empréstimo.
Durante a pandemia veio mais um sonho: a fábrica da MyCookies, que foi instalada com ajuda do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte).
Reviravolta
No empreendimento, são produzidos 15 mil cookies por dia, 300 mil por mês e 3 milhões no ano na fábrica em Campo Grande. Com quase 20 sabores de cookies, a empresa possui unidades nos estados de Paraná, Brasília, Goiás, Mato Grosso, Santa Catarina, São Luís do Maranhão, e garante um faturamento de R$ 22 milhões no ano.
Por Marina Romualdo – Jornal O Estado do MS.
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