Boletim do Ministério da Fazenda estima crescimento de 2,4% e inflação de 5%; agropecuária puxa avanço do PIB, mas desaceleração é esperada no segundo semestre
A economia brasileira deve crescer um pouco mais do que o previsto anteriormente, mas a inflação tende a encerrar o ano acima do limite da meta oficial. Essa é a avaliação da Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Fazenda, que divulgou nesta segunda-feira (19) uma nova edição do Boletim Macrofiscal. O documento revisa para cima a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), agora em 2,4%, ao mesmo tempo em que ajusta a projeção da inflação pelo IPCA para 5%.
O desempenho mais favorável da agropecuária — impulsionado pelas expectativas de safra de grãos como soja, milho e arroz — é um dos principais motivos para o aumento na projeção do PIB. O crescimento do setor foi revisto de 6% para 6,3%. Também houve melhora na expectativa para os serviços, cuja expansão agora é estimada em 2%.
A indústria, por sua vez, mantém uma previsão de crescimento estável em 2,2%, mesmo sob os efeitos dos juros altos. Segundo o boletim, o setor industrial vem demonstrando resistência, contribuindo para a sustentação da atividade econômica.
Apesar dos números mais otimistas, o Ministério da Fazenda já prevê uma desaceleração no segundo semestre. A expectativa é que o impulso observado nos primeiros meses do ano perca força com o passar do tempo. Para 2026, a projeção de crescimento segue em 2,5%.
Do lado da inflação, o governo admite um cenário mais desafiador. A estimativa para o IPCA, que baliza a meta oficial, foi elevada de 4,9% para 5%, superando o teto da meta estipulado pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 4,5%. O aumento é atribuído a surpresas nos resultados recentes do índice e a ajustes nas previsões para os próximos meses.
A secretaria projeta que os efeitos de uma desaceleração da inflação devem ser sentidos apenas a partir de setembro. A estimativa para o IPCA de 2026 também foi alterada, passando de 3,5% para 3,6%.
Outros índices também foram revistos. O INPC, usado para reajustar o salário mínimo e benefícios previdenciários, teve a projeção elevada de 4,8% para 4,9%. Já o IGP-DI, que acompanha a variação de preços no atacado, na construção civil e ao consumidor, caiu de 5,8% para 5,6%, refletindo a influência do dólar no setor atacadista.
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