Chilenos vão inaugurar um escritório comercial em Campo Grande
O primeiro país a estabelecer uma representação comercial em Mato Grosso do Sul é o Chile. Com o intuito de ampliar negócios que advirão com o início das operações via Rota Bioceânica, uma delegação de autoridades e empresários da região de Tarapacá, norte do Chile, viajou até Campo Grande para debater o assunto com o vice-governador, José Carlos Barbosa, o secretário da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, e com empresários.
As autoridades do Chile demonstraram um grande interesse em estreitar relações comerciais com o Estado e fazer do Porto de Iquique a porta de saída dos produtos locais para o mercado asiático.
Durante a reunião, o gerente-geral do Porto de Iquique, Don Rubén Castro Hurtado, pontuou as características que fazem daquele terminal portuário o mais adequado para servir à Rota Bioceânica, sobretudo pela capacidade operacional, quanto pela possibilidade de ampliação, que pode fazer triplicar esse potencial. E pelo fato de Iquique ser área de livre comércio, o que facilita toda tramitação comercial tanto para exportação como para importação.
Sendo assim, a delegação está em Campo Grande acertando detalhes da abertura de um escritório de representação comercial e busca, ainda, alinhar um Termo de Acordo de Cooperação com Mato Grosso do Sul.
De acordo com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, João Carlos Parkinson de Castro, acredita-se que até o mês de maio o escritório já esteja em atividade. Quanto ao termo, a minuta será redigida e submetida às autoridades de MS e do Chile para que se chegue a uma redação que agrade a todos e o termo possa ser assinado o mais breve possível.
Para o secretário da Semadesc, Jaime Verruck, toda a lógica comercial futura de Mato Grosso do Sul está sendo construída em função da Rota Bioceânica. “O corredor rodoviário ficando pronto, iremos começar a operar em dois anos. Até lá, temos uma série de providências que são fundamentais para viabilizar a Rota.”
Já o vice-governador do Estado, José Carlos Barbosa, enxerga nesse documento um instrumento importante de cooperação e destacou que Mato Grosso do Sul tem pretensão de se transformar, em médio prazo, no grande exportador de produtos industrializados para China, Índia e outros países asiáticos. “Atualmente, a Índia tem uma demanda muito grande de óleo de soja, e compra da China, que curiosamente extrai o óleo a partir de grãos importados daqui. Podemos rapidamente ocupar esse mercado”, afirma Barbosa.
Outros produtos sul-mato-grossenses na pauta do comércio com a Ásia são a carne e a celulose. A entrada em operação de dois empreendimentos gigantes – da Suzano, em Ribas de Rio Pardo; e da Arauco, em Inocência – vão elevar Mato Grosso do Sul à liderança mundial da exportação de celulose. E a Ásia é o principal mercado dos produtos locais.
Por fim, Verruck salienta que a China comprou 60% de toda nossa exportação no ano passado. “Temos como ampliar esse comércio e buscar outros parceiros, como a Índia e até o Japão.” No entanto, as tratativas com os indianos estão mais avançadas. Quanto ao Japão, o governador da província de Okinawa e o chanceler japonês devem visitar Mato Grosso do Sul em breve.
Por Marina Romualdo – Jornal O Estado do MS.
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