Cesta básica de Campo Grande registra leve alta em junho; café acumula aumento de 113% em 12 meses

Foto: Allan Gabriel
Foto: Allan Gabriel

Com custo de R$ 793,02, trabalhador compromete mais da metade do sálario mínimo líquido para adquirir os itens básicos

Campo Grande registrou uma discreta elevação de 0,46% no custo da cesta básica no mês de junho, em comparação com maio, segundo levantamento divulgado pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Com isso, o preço médio da cesta na Capital alcançou R$ 793,02, o que representa um gasto de 56,48% do salário mínimo líquido para o trabalhador que recebe o piso nacional.

Entre os produtos que mais impactaram o orçamento do campo-grandense, o destaque absoluto é o café em pó. O item acumulou alta de 113,14% em 12 meses, completando em junho sua sexta elevação consecutiva, com variação mensal de 3,32%. No mesmo período, outros produtos também apresentaram aumentos, como o pão francês (0,80%), o leite integral (0,34%) e o açúcar cristal (1,75%).

Por outro lado, itens como arroz agulhinha (-4,68%), carne bovina de primeira (-0,34%) e óleo de soja (-1,17%) registraram queda no mês. Em 12 meses, o arroz teve retração significativa de 20,87%, enquanto o feijão carioquinha, embora tenha subido 1,18% em junho, acumula redução de 9,71% no mesmo intervalo.

A cesta básica de junho exigiu 114 horas e 56 minutos de trabalho para ser adquirida, 31 minutos a mais do que o necessário em maio. Ainda assim, o tempo é menor do que o exigido em junho do ano passado, quando o trabalhador precisava dedicar 116 horas e 41 minutos para garantir os alimentos essenciais.

A cesta básica para uma família de quatro pessoas, dois adultos e duas crianças (equivalentes a três adultos para fins de cálculo), chegou a R$ 2.379,06 em Campo Grande. O DIEESE lembra que, segundo a Constituição Federal, o salário mínimo deveria ser suficiente para suprir todas as despesas de uma família, o que, em junho de 2025, exigiria um valor de R$ 7.416,07, ou 4,89 vezes o mínimo vigente.

Em termos acumulados, o custo da cesta na Capital já subiu 2,94% no ano e 5,89% em 12 meses. Esses números, embora mais modestos do que os observados em outras capitais, revelam o peso crescente da alimentação no orçamento do trabalhador, especialmente quando itens de consumo diário, como o café, mais do que dobram de preço em um ano.

 

Confira as redes sociais do Estado Online no Facebook Instagram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *