Inflção desacelera, mas cenário de incertezas mantém juros em 14,75% ao ano
Pelo quarto mês consecutivo, a economia brasileira registrou crescimento. Dados divulgados nesta segunda-feira (16) pelo Banco Central apontam que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) subiu 0,2% em abril, na comparação com março, considerando os números ajustados sazonalmente.
Em relação a abril do ano passado, o avanço foi de 2,5%, enquanto o acumulado do ano registra alta de 3,5%. No recorte de 12 meses, o crescimento chegou a 4%. O IBC-Br é utilizado como uma espécie de termômetro da economia, reunindo informações de setores como indústria, comércio, serviços e agropecuária, além do recolhimento de impostos. Embora seja um dos principais indicadores observados pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, ele não substitui o Produto Interno Bruto (PIB), calculado pelo IBGE.
O crescimento ocorre em um ambiente de juros elevados. A taxa Selic, fixada atualmente em 14,75% ao ano, permanece no patamar mais alto desde o início do atual ciclo de aperto monetário. Na última reunião do Copom, em maio, houve um novo aumento de 0,5 ponto percentual, marcando a sexta elevação consecutiva.
A decisão foi tomada em meio a um cenário que ainda inspira cautela. Em nota, o Copom informou que o grau de incerteza segue elevado e que o contexto exige prudência tanto para possíveis novos ajustes na taxa básica quanto na manutenção dos juros no nível atual. Nenhum indicativo claro foi dado sobre a decisão que deve ser tomada na reunião marcada para esta semana.
Apesar do avanço da atividade econômica, a inflação começa a dar sinais de desaceleração. Em maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,26%, abaixo dos 0,46% registrados em abril. O resultado foi impactado, sobretudo, pelo aumento nos custos de habitação e energia elétrica. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação soma 5,32%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O PIB, que é o dado oficial sobre o desempenho da economia brasileira, cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025, impulsionado principalmente pela agropecuária. Em 2024, o país encerrou o ano com avanço de 3,4%, completando quatro anos seguidos de crescimento econômico — a maior taxa desde 2021, quando chegou a 4,8%.
O Banco Central reforça que, embora o IBC-Br ajude na formulação da política monetária, ele não deve ser interpretado como uma prévia direta do PIB, já que utiliza metodologia distinta.
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