A recuperação da economia e os impostos sobre lucros e rendimentos garantiram arrecadação recorde em 2021. Os números foram divulgados hoje (25) pela Receita Federal. O governo brasileiro arrecadou R$ 1,879 trilhão no ano passado, o que resultou em crescimento de 17,36% em relação ao registrado em 2020, descontada a inflação oficial pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
O resultado teve aumento acima da previsão dos especialistas. Segundo a pesquisa mensal com analistas de mercado divulgada pelo Ministério da Economia, as instituições financeiras estimavam arrecadação de R$ 1,864 trilhão em 2021.
Após leve desaceleração em novembro, a arrecadação cresceu no mês seguinte em dezembro e somou R$ 193,902 bilhões no mês. Número que representa alta de 10,76% em relação ao registrado em dezembro de 2020, também descontada a inflação.
O montante também é recorde para o mês e foi influenciado pelo crescimento econômico e pelo aumento da alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), em vigor desde outubro.
Impulsionou a arrecadação no ano passado o recolhimento extraordinário de R$ 40 bilhões em IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e na CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) em 2021. Isso ocorreu porque as empresas tiveram lucros maiores que o previsto no ano passado e tiveram de pagar impostos extras nas declarações de ajuste.
Outro fator que explicou a alta da arrecadação em 2021 foi a diminuição dos diferimentos (adiamentos de pagamentos de tributos) que vigorou em 2020. Isso reforçou o caixa do governo em R$ 19,7 bilhões em 2021. O aumento das alíquotas do IOF, que financiou o Auxílio Brasil no fim do ano passado, contribuiu com R$ 2,13 bilhões.
Desonerações e renúncias
Apesar do crescimento o fisco deixou de arrecadar R$ 216,31 bilhões em 2021, contra R$ 189,06 bilhões em 2020. A alta chegou a 14,41% em relação ao ano anterior, também descontando a inflação acumulada.
Apesar da queda da arrecadação de PIS/Cofins sobre os combustíveis, a receita total desses tributos aumentou 16,47% acima da inflação no ano passado. Isso ocorreu porque o PIS/Cofins incide sobre o faturamento das empresas e refletiu o crescimento de 5,09% no consumo de bens e de 9,53% na venda de serviços em 2021.
(Fonte: Agência Brasil)