‘Aproximou, pagou’ se torna aliado de comerciantes em Campo Grande

Foto: Nilson Figueiredo
Foto: Nilson Figueiredo

Pagamento por aproximação cresceram mais de 61% no país

Pagamentos realizados por meio do contato entre o cartão ou celular, na maquininha de cartão, mais conhecido como aproximação (contactless) caiu na graça dos comerciantes que fizeram da forma de cobrança uma aliada para dar mais agilidade na hora de fechar uma venda.

Há 38 anos no mercado, a ótica e relojoaria do empresário, Cézar Nogueira localizado na 14 de julho já passou por muita mudança, inclusive tecnológicas, ferramenta que segundo ele trouxe praticidade para o atendimento com os clientes, já que a forma de pagamento abri mão da necessidade de digitar a senha, em alguns casos.

“Velocidade, foi isso que essa forma de pagamento trouxe para vendas aqui na loja. De dez clientes que atendemos, sete pagam com aproximação, falando em porcentagem esse tipo de pagamento é usado por 70% dos meus clientes. E percebo que a maioria é jovens que mais pagam dessa forma, já as pessoas que não sabem mexer direito no aplicativo de banco pelo celular tem mais receio. Então o comerciante hoje em dia que quer se destacar seu negócio tem que se juntar a tecnologia, não tem para onde correr”, conclui o proprietário da relojoaria e ótica Ceico.

Maria Eduarda, trabalha em uma lanchonete no centro da Capital, ela relata que pagamentos por aproximação virou o ‘queridinho’ do campo-grandense, hábito que para quem trabalha atrás do balcão nos caixas, representa praticidade nos atendimentos. “A exceção é só para pagamentos no dinheiro, mas em casos de pagamentos no cartão apenas uns dez pagam ainda digitando senha, o restante tudo pagam por aproximação”, frisa a atendente.

Nos últimos dados coletados pelo BC (Banco Central), divulgados no início de junho, referente ao ano de 2023, a nova forma de pagamento tem sido cada vez mais utilizada pela população no Brasil. De acordo com o levantamento, o percentual de operações com cartões de crédito feitas por aproximação cresceu de maneira significativa na comparação com outras formas de captura (tarja, chip e não presencial): de 23,1% para 31,1%, nas quantidades transacionadas nos últimos trimestres de 2022 e 2023. Nas operações com a função débito, as transações por aproximação também cresceram de forma equivalente, saltando de 24,4% para 35,2%, no mesmo período, cálculo que se somados refletem em 66,3% no uso da aproximação.

A última edição do documento Instrumentos de Pagamento – Dados Estatísticos 2023 comprova algo que pode ser observado no dia a dia: a utilização dos telefones celulares como o principal canal de pagamento no Brasil. Em 2023, esse dispositivo respondeu por 82% da quantidade total transacionada no ano. O Pix foi o segundo maior meio para os pagamentos em 2023 no país, com 39% do total deles, atrás apenas das transações com cartões (crédito, débito e pré-pago), cuja participação foi de 41%. Mesmo com toda essa crescente digitalização dos pagamentos no Brasil, os dados revelam que, em termos de volume total transacionado, os canais presenciais (caixas eletrônicos, agências bancárias, correspondentes etc.) ainda se mantêm relevantes: cerca de 42% dos recursos movimentados no ano passado foram por meio deles.

Pegou até os consumidores

Usada como estratégia de venda pelos comerciantes, o pagamento por aproximação cativou também seu principal alvo: o consumidor. A reportagem conversou com a população na Capital onde a aprovação pelo meio de cobrança foi unânime, alguns até comentaram sobre experiências e o receio de perder o cartão, e ter seu saldo bancário furtado, mas reforçam que ainda assim preferem o uso por aproximação.

“Acho prático, mas seguro não é porque se perde o cartão e não perceber na hora. Comigo nunca aconteceu, mas um amigo meu perdeu o cartão e quando foi se dar conta gastaram R$ 750, por sorte deu o limite de passadas por aproximação e o banco bloqueou. Uso mesmo mais por praticidade”, reforça o consumidor, Patrick Gonçalves, de 23 anos.

O consumidor, Giuliano Cesário de Oliveira, 39 anos, confirmou também que desde os bancos passaram a oferecer pagamento por aproximação, essa tem sido sua principal forma de pagamento, exceto quando o valor excede o limite autorizado pelas instituições financeiras. “Sou adepto ao pagamento por aproximação desde que liberou, faço mais pagamento dessa forma. Tenho um pouco de receio de perder, mas sempre acompanho pelo celular as transações”, explica.

Para alertar os usuários, o subsecretário do Procon Municipal de Campo Grande, José Costa Neto, comentou que é fundamental que os consumidores estejam atentos ao realizar pagamentos por aproximação, seja com cartão de crédito ou celular. E destacou que assim que o titular da conta perceber a falta do cartão, o primeiro passo é entrar em contato com a instituição financeira e pedir o bloqueio e cancelamento.

“Recomendamos que verifiquem sempre o valor da compra antes de aproximar o dispositivo da máquina, garantindo a precisão da transação. Além disso, é importante proteger seus dados, mantendo senhas seguras e atualizando regularmente os sistemas de segurança dos dispositivos utilizados para pagamentos.Em caso de suspeita de cobranças indevidas ou problemas nas transações, orientamos que os consumidores entrem em contato com seu banco ou operadora imediatamente e, se necessário, registrem uma reclamação junto ao PROCON Municipal de Campo Grande para proteção de seus direitos. A segurança e a transparência nas transações são essenciais para uma experiência positiva de compra”, pontua.

Pix aproximação

Neste ano o Pix usado para pagamentos instantâneos completa quatro. Nesta quinta-feira (4), o Banco Central anunciou que Pix passará a ter a opção de pagamento por aproximação com a criação de novas regras do open finance – ecossistema que permite o compartilhamento de dados pessoais, bancários e financeiros entre instituições. O lançamento da nova funcionalidade está previsto para 28 de fevereiro de 2025. O cronograma de implementação da jornada de pagamentos sem redirecionamento prevê a publicação de normas mais detalhadas em 31 de julho e a realização de testes a partir de 14 de novembro deste ano.

“A mudança abrirá espaço para a realização de pagamentos por aproximação com o Pix, permitindo que o usuário realize a transação sem a necessidade de acessar o aplicativo de sua instituição financeira”, disse o BC em nota.

Por Suzi Jarde

 

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