Últimos meses do ano esquentam geração de emprego no comércio
Na Capital, a expectativa para aqueles que buscam uma oportunidade no mercado de trabalho é positiva. Um levantamento feito pela ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande) em 2022, revelou um aumento em 57% na contratação de mão de obra para o final do ano.
Neste ano, a associação garante que, sem dúvida, a expectativa é positiva. O presidente da CDL-CG (Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande), Adelaido Vila, destaca que neste ano, o movimento de contratação pode superar em 5% a 8%.
“Os juros determinados pelo Banco Central ainda estão assustando um pouco os empréstimos para compra de estoque, de renovação, e produção em loja. O que nós percebemos é que a própria indústria do vestuário tem feito seus crediários para as lojas poderem comprar porque o lojista, de modo geral, está com muita dificuldade de acessar o crédito bancarizado”, argumenta o presidente.
Segundo Vila, o que tem acontecido é um esforço por parte da indústria do vestuário em vender parcelado para o lojista, com o objetivo de garantir que ele dê conta de renovar seus estoques.
“Isso é determinante, porque para que eu possa vender o meu produto, logicamente, eu preciso de estoque. Quando eu tenho estoque, eu naturalmente acabo fazendo um investimento em contratação de pessoas para o trabalho temporário do final do ano. O trabalho temporário é importante, porque ele pode ser a oportunidade que a pessoa espera para voltar pro mercado”, explica o presidente da CDL-CG.
O economista Lucas Mikael explica que as perspectivas são bastante otimistas e influenciadas por uma inflação sob controle, que parte, sobretudo, do início da redução das taxas de juros e de uma taxa de câmbio favorável nos últimos meses.
“Se as projeções para 2023 se confirmarem, esse cenário mais favorável é visto como um alívio para o setor varejista, que enfrentou diversos desafios ao longo da última década. O ponto é a recuperação do poder de compra, melhora da renda, queda da inflação e redução, ainda que pequena, da taxa de juros, o que pode sinalizar momentos de menor turbulência no varejo. No entanto, é importante ressaltar que o setor ainda enfrenta desafios”, elucida Mikael.
A gestora da Damyller, Bruna de Oliveira Barbosa, 27, explica que no final do ano as vendas crescem bastante e acaba sendo necessário contratar mais vendedores. “Depende da nossa necessidade, mas a quantidade normal é de quatro pessoas. Nós realizamos a contratação temporária e dependendo do desenvolvimento da pessoa, e da nossa necessidade, nós podemos contratar o temporário para ficar fixo na loja.
A supervisora da loja O Boticário, Danieli Coser, 25, argumenta que por loja, contratam-se de seis a sete pessoas. Uma das práticas da empresa é realocar pessoal de determinadas áreas para outras.
“O franqueado daqui é franqueado O Boticário, Quem Disse e Berenice e Tô.Que.Tô. É muito forte o freelancer no período de data comemorativa. Se a pessoa se destaca a gente dá oportunidade, caso ela tenha interesse de entrar para o time do Vale Brum e fazer parte como consultor ou em alguma área que ela tenha se identificado. Então vai ficar uma semana dando suporte como pacote naquela loja, ou no fim de semana. A pessoa embrulha presentes, atende no caixa, tudo para a gente já se preparar para a data, para ter mais agilidade durante o atendimento”, exemplifica.
Por – Julisandy Ferreira
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