Após recorde de financiamentos em 2021, mercado imobiliário busca se manter em alta

cidade-pn9qb9h994seovi9zldjxyuuqqzz7m98v4lwoyssy0 (1)

A pandemia de COVID-19 impactou fortemente o mercado imobiliário em 2020, tanto para comprar quanto para a venda de imóveis. Contudo, no ano seguinte, o cenário mudou e o setor registrou faturamento recorde. Para 2022, as projeções seguem otimistas, com previsões de que a inflação desacelere e aumente o interesse dos investidores.

Em 2021, o número de vendas de novos imóveis cresceu 12,8% em comparação a 2020. Os lançamentos de imóveis registraram aumento de 25,9% e a oferta final (imóveis não vendidos) fechou o período com 3,8% de crescimento.

Os dados são do estudo “Indicadores Imobiliários Nacionais do 4º trimestre de 2021”, realizado pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) em parceria com o Senai  (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Nacional).

Presidente do Creci-MS (Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul), Eli Rodrigues destaca que a expectativa é que em 2022, o mercado imobiliário em MS siga as proporções do ano anterior.

“A expectativa é que o mercado continue como em 2021, principalmente as obras residenciais unifamiliares. No início deste ano a mão de obra de construção chegou a estar escassa, mas agora as expectativas são positivas”, explicou.

De junho de 2020 a junho de 2021, o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) registrou alta de 17%, valor que deve refletir no preço dos imóveis tornando o período favorável para a compra.

Eli Rodrigues ressalta que entre os fatores que contribuem para o aumento das vendas estão as taxas de juros menores e a facilidade no crédito.

“O mercado imobiliário está cheio de lançamentos que permite escolhas de imóveis mais adequados a cada necessidade, para ajudar temos por exemplo as medidas do governo com relação a carência de 6 meses para o pagamento da primeira prestação”, diz.

Entre os meses de novembro 2021 a janeiro de 2022, o país registrou o lançamento de 57.028  imóveis , o que corresponde a uma alta de 42% nos lançamentos se comparado com o mesmo período do ano anterior.

Casa Verde e Amarela

No ultimo ano, o Casa Verde e Amarela (CVA), programa habitacional do governo Federal, registrou um aumento de 3,4% em relação ao ano anterior. Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, o mercado deve ser afetado positivamente pela nova curva de subsídios. A expectativa é que a melhora nas vendas faça com que os indicadores fiquem próximos aos do ano passado.

Aluguel

Para quem vive de aluguel o cenário é menos promissor, conhecido como “inflação do aluguel”, o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) subiu 1,41% em abril. Em um ano, o índice acumula alta de 14,66%.

“Em relação aos aluguéis, a alta do IGPM obrigou a maioria das locações a se adequar à nova realidade. Somente imóveis defasados tiveram seus reajustes plenos pelo IGPM. E automaticamente isso traz uma correção nos valores dos aluguéis, e temos ainda um particular que é a procura por casa que aumentou em relação a apartamentos”, explicou Eli Rodrigues.

Moradia compartilhada

Em São Paulo tem crescido o número de casas compartilhadas, as chamadas “colivings “, na teoria a ideia consiste em moradias divididas entre grupos de pessoas que buscam senso de comunidade, economia e um estilo de vida sustentável.

Longe das áreas nobres, pessoas de baixa renda têm recorrido a esse tipo de moradia como meio de economizar dinheiro. A princípio conhecida como “república”, as casas compartilhadas abrigavam principalmente universitários de outras cidades, atualmente elas acolhem pessoas de todas as idades e diferentes classes sociais.

A tendência foi impulsionada pelo alto preço dos aluguéis e imóveis, somado à falta de políticas públicas, aquecimento do mercado imobiliário e alta do mercado informal.

Para o presidente do CRECI-MS, a tendência apesar de parecer interessante está distante das prioridades dos sul-mato-grossenses.

“As colivings estão na moda em São Paulo, mas no Mato Grosso do Sul ainda não chegou. São Paulo devido a pandemia está substituindo os pequenos lofts por colivings, e até pelo fato que aqui o que sempre leva em consideração é a busca por um espaço individual”, explicou.

Acesse também as redes sociais do Estado Online no Facebook e Instagram.

Com informações da repórter Karine Alencar.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *