Após 2 meses no negativo, setor de serviços de MS tem crescimento de 4,8%

SERVIÇOS
Foto: Marcos Maluf

O avanço reflete na taxa de desemprego, renda e no
consumo dos sul-mato-grossense, avalia economista

Mato Grosso do Sul teve um avanço de 4,8% nas atividades do setor de Serviços, em novembro de 2023. O resultado positivo vem após dois meses com números negativos em relação ao desempenho no setor. Os dados foram divulgados, na terça- feira (16), através da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços) realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O professor da UFMS e economista, Odirlei Dal Moro, relembra que o setor de serviços representa mais de 60% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, com a retomada do crescimento econômico é natural que os serviços tenham mais destaque. O que, segundo o especialista, tem uma contribuição essencial para o cenário econômico do Estado, em questões que envolvem o trabalho, renda e o consumo da população de MS.

“Como resultado deste crescimento tem-se uma queda na taxa de desemprego e com menos pessoas desempregadas, mais renda, mais consumo e mais serviços sendo oferecidos. Os estados de MT e MS são pujantes do ponto de vista do crescimento da economia, embora em números absolutos outros estados tenham um PIB maior, é em MS e em MT onde a economia cresce (em termos percentuais) com mais velocidade. Com isso, os serviços ganham relevância”, frisa o economista.

Em 12 das 27 unidades da federação houve expansão no volume de serviços em novembro de 2023, frente ao mês imediatamente anterior, acompanhando o acréscimo no resultado do Brasil (0,4%). Entre os locais com taxas positivas nesse mês, o impacto mais importante veio de São Paulo (1,1%), seguido por Paraná (2,4%), Mato Grosso (3,1%) e Mato Grosso do Sul (4,8%). Já as principais influências negativas no mês vieram de Rio Grande do Sul (-2,0%), Distrito Federal (-2,6%), Maranhão (-7,6%) e Amazonas (-4,8%). Em relação a novembro de 2022, houve alta de 15,3% no volume de serviços. O volume acumulado em doze meses foi de 3,6% e a variação acumulada no ano ficou em 4,1%.

A presidente da FCDL-MS (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de MS), Ines Santiago, destaca que o setor de serviços é sempre impulsionado por dois vetores: “a variedade de tipos de negócios nessa área e a vantagem de baixo investimento inicial. Considerando o cenário negativo com as altas taxas de juros que tornaram o dinheiro para investimento muito caro, o setor de serviços que exige menores investimentos leva vantagem, some-se a isso o aumento de demanda que ocorre no final do ano, especialmente em segmentos como o transporte e turismo, dois segmentos responsáveis por essa alta no índice”, pontua Santiago.

Outro setor avaliado na pesquisa foi o de turismo, o qual obteve uma deflação de 2,4% em novembro de 2023, em relação ao mesmo período do ano anterior (2022). Mato Grosso do Sul acompanhou essa tendência, mas o setor de transporte de cargas mostrou um avanço de 0,6%, contribuindo para o cenário positivo do Estado.

A presidente da FCDL, reforça ainda o fomento no segmento da rede gastronômica e hoteleira, uma vez que fazem parte da cadeia produtiva do turismo e salienta a importância de outros serviços para o desenvolvimento do Estado.

“Além do transporte, seja aéreo ou rodoviário de passageiros e também de cargas, sem olvidar a prestação de serviços no segmento da beleza e estética. Todos esses elementos contribuíram para impulsionar o avanço no setor de serviços. Importante destacar que no acumulado do ano, o índice de crescimento também passou dos 4%, o que mostra que o setor está em recuperação em Mato Grosso do Sul”, finaliza.

Transporte de cargas e passageiros

Em novembro de 2023, o volume de transporte de passageiros no Brasil recuou 2,9% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, terceira taxa negativa seguida, período em que apontou perda acumulada de 6,5%. Dessa forma, o segmento se encontra, nesse mês de referência, 7,3% abaixo do nível de fevereiro de 2020 (pré- -pandemia) e 28,5% abaixo de fevereiro de 2014 (ponto mais alto da série histórica).

Por sua vez, o volume do transporte de cargas apontou expansão de 0,6% em novembro de 2023, após assinalar queda acumulada de 4,5% entre agosto e outubro. Dessa forma, o segmento se situa 3,9% abaixo do ponto mais alto de sua série (julho de 2023). Com relação ao nível pré-pandemia, o transporte de cargas está 37,9% acima de fevereiro de 2020.

No confronto com novembro de 2022, sem ajuste sazonal, o transporte de passageiros mostrou retração de 8,0% em novembro de 2023, após ter avançado 1,4% em outubro; ao passo que o transporte de cargas, no mesmo tipo de confronto, cresceu 4,2%, assinalando, assim, o 39º resultado positivo consecutivo.

Atividades que impulsionam o setor no Brasil

Com o avanço de 4%, no setor de serviços no Brasil, algumas atividades tiveram desempenhos importantes para alcançar a atual meta. O volume foi acompanhado por três das cinco atividades de divulgação: outros serviços (3,6%); profissionais, administrativos e complementares (1,0%) e serviços prestados às famílias (2,2%); com o primeiro acumulando ganho de 4,9% entre setembro e novembro; o segundo avançando 2,1% no período outubro-novembro e o último recuperando as perdas de outubro (-1,8%).

Em sentido oposto, as únicas retrações do mês foram dos transportes (-1,0%) e dos serviços de informação e comunicação (-0,1%), com a primeira atividade emplacando o quarto revés consecutivo, com perda acumulada de 5,3%; e a última em ligeiro decréscimo (-0,1%), após assinalar ligeira variação positiva em outubro (0,2%).

Na comparação com novembro de 2022, o volume do setor de serviços variou -0,3% em novembro de 2023, registrando, assim, o terceiro revés seguido. A variação negativa desse mês foi acompanhada por apenas duas das cinco atividades de divulgação e contou ainda com crescimento em 48,2% dos 166 tipos de serviços investigados.

Entre os setores, transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-3,7%) exerceram o principal impacto negativo, pressionado, principalmente, pela queda da receita em gestão de portos e terminais; rodoviário coletivo de passageiros; transporte aéreo; atividades de agenciamento marítimo; operação de aeroportos; e armazenamento.

Por Suzi Jarde.

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