Alta do emprego no Centro-Oeste e Sudeste puxam queda da desocupação

Alta no emprego
Foto: Tomaz Silva

São Paulo e Rio tiveram aumento na ocupação no segundo trimestre

O aumento da população ocupada no país em 2,5% no segundo trimestre de 2021 e a consequente queda no desemprego para 14,1% foram puxadas pelas altas na ocupação das regiões Sudeste e Centro-Oeste.

Segundo os dados trimestrais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgados hoje (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego no Sudeste caiu de 15,2% no primeiro trimestre para 14,5% e no Centro-Oeste o indicador passou de 12,5% para 11,6%.

De acordo com a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, houve queda no número de pessoas em busca de emprego no Centro-Oeste e aumento da ocupação do Sudeste.

“No Centro-Oeste, a queda da taxa de desocupação se deve à retração de 6,7% no número de pessoas procurando trabalho na região. Já no Sudeste essa queda foi principalmente impulsionada pelo aumento expressivo da população ocupada, ou seja, há um quantitativo maior de pessoas trabalhando do que havia no trimestre anterior”.

Todas as regiões registraram uma leve queda na desocupação na passagem do primeiro para o segundo trimestre. O Nordeste continua com a maior taxa, de 18,2% e o Sul com a menor, em 8,2%. A região Norte ficou com 14% de desempregados.

Os dados apontam que em São Paulo, a população ocupada aumentou 1,2 ponto percentual, elevando o estado a 52,7%, o maior nível desde o início da pandemia de covid-19. No primeiro trimestre do ano passado, antes da crise sanitária, São Paulo tinha 58% da população ocupada. No Rio de Janeiro, a taxa de ocupação subiu 2 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre e chegou a 46,7%.

Na desocupação, Pernambuco teve um leve aumento de 0,3 ponto percentual na passagem do trimestre e permanece com o maior percentual do país, com 21,6%, o recorde na série histórica da pesquisa. Dos 3,2 milhões de pessoas ocupadas, 33,9% trabalham por conta própria, com taxa de informalidade de 51,4%.

Mesmo com redução na taxa de desocupados, Bahia, Sergipe e Alagoas ficaram em segundo, terceiro e quarto lugares no Brasil, com 19,7%, 19,1% e 18,8%, respectivamente. Os estados com as menores taxas de desocupação são Santa Catarina (5,8%), Rio Grande do Sul (8,8%), Mato Grosso (9%) e Paraná (9,1%).

Informalidade

A Pnad Contínua também aponta que a taxa de informalidade do Norte (56,4%) e do Nordeste (53,9%) ficou acima da média nacional (40,6%). Segundo Adriana Beringuy, o trabalho sem carteira assinada, por conta própria, empregadores sem CNPJ e trabalhadores familiares auxiliares perfazem um contingente historicamente alto nas duas regiões.

“Os estados das regiões Norte e Nordeste têm, historicamente, as maiores taxas de desocupação, de informalidade e de subutilização da força de trabalho. Ainda que eventualmente haja quedas nessas taxas, ou seja, uma melhoria nos números, eles partem de estimativas muito altas, fazendo com que essas regiões permaneçam com indicadores de mercado de trabalho mais desfavoráveis”.

Os dados nacionais mostram que a população ocupada somou 87,8 milhões de pessoas no segundo trimestre do ano, divididos entre 65,1% de empregados, 4,3% de empregadores, 28,3% de pessoas por conta própria e 2,3% de trabalhadores familiares auxiliares. A analista da pesquisa explica que todas as regiões tiveram uma tendência de crescimento da informalidade no segundo trimestre.

“Quando observamos por grupamento de atividade, há expansão na ocupação na construção, por exemplo, em que há participação grande de trabalhadores informais, assim como nos serviços domésticos, em que a maior parte dos trabalhadores não tem carteira assinada”.

Na distribuição por atividade econômica, o Norte teve expansão da ocupação em Outros Serviços (12,2%), como cabeleireiros e esteticistas. No Nordeste os maiores crescimentos foram em Alojamento e alimentação (16,3%) e Agricultura (6,2%). No Sudeste a expansão foi puxada pelo aumento de 5,4% na atividade de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas.

Apesar do nível da ocupação ter apresentado maior alta entre a população preta (de 49,4% para 51,5%), esse recorte racial permanece com a maior taxa de desocupação, de 16,6%. Entre as pessoas pardas a desocupação ficou 16,1% do segundo trimestre e entre as pessoas brancas 11,7%.

Por gênero, o nível de ocupação entre as mulheres passou de 39,3% para 40,4% enquanto entre os homens a variação foi de 48,7% para 59,9%.

(Agência Brasil)

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