Agronegócio detém 60% da balança comercial

O agronegócio continua alavancando a balança comercial de Mato Grosso do Sul, e responde por mais de 60% do montante total exportado, que ficou em US$ 5,4 bilhões de janeiro a novembro. O ano já conta com superavit de US$ 3,7 bilhões, alta de 35,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Já as exportações saltaram 11,6% e as importações ficaram de US$ 1,7 bi no ano.

A soja é o principal produto da balança comercial de Mato Grosso do Sul, sendo responsável por 29,5% de tudo o que é exportado.

Entre janeiro e novembro de 2020, o Estado exportou 4,7 milhões de toneladas de soja, o montante é 45% maior que o mesmo período do ano passado e mostra o mercado externo aquecido para o grão brasileiro. Em valores a soja rendeu US$ 1,6 bilhão. As informações estão na Carta de Conjuntura do Setor Externo divulgada pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).

“A desvalorização da moeda brasileira tem pesado na remuneração dos produtores e na competitividade dos itens. E em relação a soja, estamos aumentando a capacidade de processamento da soja internamente, o que também tem afetado nos preços elevados do grão. A tendência de alta na demanda se confirma, com quase metade da safra a ser colhida já comercializada”, explica o secretário Jaime Verruck, titular da Semagro.

A celulose segue sendo o segundo item mais exportado do Estado, que lidera no país o envio do produto ao exterior, com US$ 1,5 bi vendidos ao exterior. Mas os destaques de 2020 ficam com os óleos e as gorduras vegetais e animais, que tiveram as exportações aumentadas em 139% em relação ao ano passado, e principalmente o açúcar, que, de 197 mil toneladas exportadas em 2019, chegou a 995 mil em 2020, aumento de 366%.

Logística

Titular da Semagro, o secretário Jaime Verruck chama a atenção para a necessidade de investir em logística. “As exportações mostram que discutir sobre logística é de extrema importância no Estado. Praticamente todo o volume exportado vai para os portos de Santos e Paranaguá, via transporte rodoviário, que impossibilita dar a fluidez necessária que alguns produtos exigem, como é o caso do minério de ferro”, destaca.

Os portos de Santos e Paranaguá concentram as exportações de Mato Grosso do Sul, logística prejudicada pelo baixo calado do Rio Paraguai. A seca histórica em 2020 suspendeu as exportações via Porto Murtinho e Corumbá, pressionando ainda mais o setor rodoviário.

Os números da balança comercial de janeiro a novembro mostram ainda que o Estado é dependente da demanda da China.

Em 2020 o país foi responsável, até novembro, pela compra de 45% das exportações estaduais, com crescimento de 23% no consumo em relação ao ano passado. Os Estados Unidos aparecem em segundo, com 4,17% do total exportado.

(Texto: Rosana Siqueira)

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