Agroindustrial Iguatemi já fechou contratos com chineses

Inicialmente, acordos preveem exportação de carne bovina até janeiro de 2020

O Frigorífico Agroindustrial Iguatemi mal foi habilitado para exportar proteína bovina para a China e já fechou diversos contratos com compradores chineses. As novidades do mercado internacional vem direto da Feira da Anuga, em Colônia, na Alemanha, que é considerada a maior feira de alimentos e bebidas do mundo.

Segundo o proprietário da planta de Iguatemi, Marcos Alexandre, os chineses dominaram a feira. Ao todo, de acordo com o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), cerca de 100 empresas brasileiras exibiram seus produtos na Europa. “95% das visitas que recebemos nos estandes foram de compradores chineses, que buscavam novos parceiros comerciais. Nós fechamos diversos negócios, fizemos fechamentos de outubro até janeiro. Praticamente fechamos toda a nossa produção”, explica ele com exclusividade ao Jornal O Estado.

Marcos fez questão de ressaltar a importância da ministra Tereza Cristina para abertura dos novos mercados. “Todos (empresário e frigoríficos) serem olhados da mesma maneira, é um grande diferencial da ministra Tereza Cristina. O governo nos últimos 16 anos só habilitava frigoríficos grandes, os frigoríficos menores ficavam na disputa da habilitação, mas nunca eram habilitados. Entretanto, hoje, se preenche o requisito, cumpre as exigências dos importadores, eles são tratados da mesma condição”, avalia.

Crédito: Divulgação

O empresário ainda lembrou que, mesmo sendo realizada na Europa, a Feira une compradores e exportadores de todo o mundo. “Nós temos algumas feiras no mundo que são importantes, temos na Rússia, Emirados Árabes, Ásia e Europa. O que importa mesmo são os mercados emergentes, que são os países asiáticos. A Europa é mais autossuficiente no consumo de carne, embora o Brasil exporte pra ela também. Os países mais importantes hoje são os países asiáticos, China, Malásia e Filipinas entre outros”.

Tecnologia na produção

Ainda segundo o empresário, os produtores de Mato Grosso do Sul contam com um programa desenvolvido pelo Governo do Estado, que remunera quem consegue criar e abater animais mais jovens, com até 30 meses, também conhecidos como novilhos precoces. Ele também defende que a pecuária está passando por uma transformação, como aconteceu com a agricultura há 30 anos.

“O futuro é a integração da pecuária, lavoura e floresta. A prática única e exclusiva da pecuária vai quase desaparecer porque o produtor tem que produzir o animal que o mercado quer e precisa. E com esta integração, o produtor passará a produzir também um complemento para nutrição do animal”, comente ele.

Preços ótimos no mercado

Dados da rural business dão conta que o momento está sendo muito bom para os produtores. Os ótimos preços estão elevando substancialmente os ganhos dos empresários. Para Marcos Alexandre, o futuro do mercado é imprevisível, pois depende de vários fatores contribuintes, porém é possível vem um horizonte positivo para o setor. “O mercado vai remunerar o produtor, houve um aumento substancial no preço da arroba, acredito que nos próximos meses ficará dentro de uma normalidade. Os preços internacionais vão subir, mas tudo isso depende do câmbio e da produção dos países. Hoje, você não tem animais de pasto para abate, eu acredito que agora pela habilitação dessas 19 novas plantas, e provavelmente uma terceira será habilitada até o final do ano, todo mundo vai conseguir saída para a carne”. Ele finaliza lembrando que investir na profissionalização fará toda diferença para manutenção dos contratos.

(Texto: Marcus Moura)

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