WhatsApp é a principal ferramenta para alavancar vendas nos pequenos negócios de MS

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WhatsApp/Fotos: Nilson Figueiredo
Foto: No Camelódromo, a base de vendas se expande para o WhatsApp/Fotos: Nilson Figueiredo

Segundo pesquisa do Sebrae, o aplicativo é usado por 79% dos microempreendedores

O WhatsApp tem se tornado um grande aliado dos pequenos empresários de Mato Grosso do Sul. Pesquisa do Sebrae revela que 79% dos microempresários usam a ferramenta para alavancar as vendas. 

A pesquisa “Transformação Digital nos Pequenos Negócios”, de novembro de 2022, mostra também que pelo menos 38% das empresas utilizam as redes sociais para vendas, mostrando que, embora o WhatsApp seja líder, outras plataformas também desempenham um papel relevante no comércio digital.

Além disso, o WhatsApp Business, por exemplo, oferece recursos específicos para as empresas, como a criação de um perfil comercial detalhado, a inclusão de catálogo de produtos e serviços, entre outras funcionalidades. Essas ferramentas disponibilizadas pelo aplicativo potencializam as chances de vendas e contribuem para o aumento do faturamento das empresas.

A combinação entre WhatsApp, Facebook, Instagram, entre outras redes sociais, oferece aos pequenos negócios uma presença digital abrangente e estratégica, permitindo que eles alcancem e interajam com um número cada vez maior de consumidores, independentemente de sua localização geográfica.

Reflexo

Para o analista-técnico do Sebrae, Paulo Maciel, esse número reflete a popularidade do aplicativo entre os empreendedores, que encontram nele uma maneira rápida, direta e eficiente de se conectarem com seus clientes e concretizarem negócios. 

“O WhatsApp, sem sombra de dúvidas, é uma rede social amplamente utilizada no dia a dia das pessoas. Se não for a mais popular, com certeza ela está entre as mais populares, então é natural que se torne um mecanismo de grande valia para os pequenos negócios. 

Tanto que a pesquisa revelou que quase 80% dos empresários entrevistados utilizam essa ferramenta para realizar negócios. O WhatsApp permite uma comunicação muito simples e direta entre a empresa e seus clientes”, pontuou Paulo Maciel.

Em um dos maiores centros comerciais da Capital, o Camelódromo (Centro Comercial Popular Marcelo Barbosa da Fonseca), além do atendimento presencial, a base de vendas se expande para as redes, especificamente o WhatsApp e o Facebook, por meio do Marketplace.

A sócia-proprietária da Empório Gym, Kelly Toledo, explica que no interior do Estado, no município de Pedro Gomes, a 306 km da Capital, com a prática esportiva cada vez mais em alta, surgiu também a necessidade da utilização de suplementação e, com isso, a chegada da necessidade de uma empresa focada nesse segmento, pois em todo o município, ainda não existia ninguém no ramo.  

“No ano de 2022 iniciamos nosso trabalho com a modalidade on-line e hoje somos uma empresa de pequeno porte. Nossos maiores veículos de venda são Instagram e WhatsApp e o marketing digital é a nossa principal ferramenta”, afirma a empreendedora. 

Ela argumenta que hoje o novo formato fomenta as vendas e, a cada dia, é necessário se aperfeiçoar no mercado digital. “Nossos números estão expostos em todas as plataformas, todas as nossas entregas contam com a presença de panfletos com nossos produtos e números de telefone para auxiliar na divulgação”.

O empreendedor e proprietário do Box 88, Andrews de Souza, é quem sabe disso como ninguém. No ramo de eletrônicos há pelo menos 7 anos, ele iniciou a divulgação pelo Facebook e com a facilidade e por meio do botão de direcionamento para WhatsApp, as vendas impulsionaram. “Em geral começou por meio físico. 

Eu trabalhava como funcionário, comecei a juntar uma grana, comecei a comprar mercadoria para mim mesmo (…) pelo WhatsApp e foi quando eu descobri o WhatsApp Business. Inicialmente no Facebook, do Facebook pro WhatsApp e comecei a criar linhas de clientes e foi assim que começou”, relembra o empreendedor. 

No ramo da alimentação, quem busca espaço com vendas via WhatsApp é a sócia-proprietária da Gim Doce, Gy Reis, que usa a ferramenta sistematicamente. “Eu sempre faço uma lista de contatos e vou enviando o que estou vendendo. Tenho hoje, no meu celular, quase três mil contatos, eu salvo todos os contatos de grupos. Tem as que não respondem, e tá tudo bem. Mas a maioria me pede cardápio e 70% compra”, argumenta Reis. 

A artesã e proprietária da empresa Crochê Ale, Alexandra Yrigoyen, 52 anos, explica que a maioria das vendas são feitas pelo WhatsApp com o auxílio do Facebook, que disponibiliza o botão de WhatsApp em publicações impulsionadas. “Quando liberaram pra anunciar pelo WhatsApp, eu fiz o teste e percebi que tanto o alcance quanto o retorno dos clientes era maior, sem falar na possibilidade de cadastrar este cliente para a lista de transmissão também. Hoje tenho contatos de Norte a Sul do país”, destaca a artesã. 

Ela coloca que buscar espaço no ramo do artesanato não é tarefa fácil, já que tem boa aceitação, mas não tem valorização com relação ao valor a ser pago. “As pessoas acham lindo, maravilhoso, mas não querem pagar o valor pedido. Acham que é fácil e rápido, não enxergam todo o trabalho por trás do produto pronto”, lamenta a empreendedora, que hoje investe em vendas dentro da Capital, mas também para outras regiões do país e para pessoas de fora de Mato Grosso do Sul.

 O gerente de vendas da Glamour Tintas, André Arguelho, observa que assim como o WhatsApp vem com o intuito de ajudar e trazer muitas facilidades há dificuldades quando o assunto é a demonstração do produto. “Quando vem a primeira venda, é aquela abordagem, a pessoa está com problema, quer pintar um ambiente e a gente vai vendo qual é a necessidade do cliente. Vamos dando uma consultoria para ele, tudo pelo WhatsApp. Ele manda vídeo, foto da obra e você consegue fazer tudo. A única dificuldade que a gente tem, e é a maior dificuldade de todas, é a definição de cor, que o cliente pede”, disse. 

Segundo o gerente de vendas, “O WhatsApp hoje pode ser seu grande amigo ou seu grande vilão”, pois, como ele explica, “a partir do momento que você tem um fluxo de WhatsApp maior como empresa, 20 ou 30 pessoas procurando no dia, atrás de produtos, atrás de serviços da loja e você não consegue dar esse atendimento, você se queima bonito. Uma venda que você fecha no WhatsApp é como qualquer outra venda, ela te gera várias novas oportunidades”, finaliza André Arguelho. 

Por –  Julisandy Ferreira 

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