Como prefeito de uma das maiores cidades do Estado, Hashioka traz o conhecimento a respeito das administrações municipais ao Legislativo
Ainda não alinhado com a base do governador eleito, Eduardo Riedel (PSDB), o deputado estadual eleito Roberto Hashioka (União Brasil), que no primeiro turno apoiou Rose Modesto, candidata do seu partido ao governo na eleição de 2022, revelou que não pretende acompanhá-la, pois ela está de saída da sigla. “Quero permanecer no União Brasil e lutar pelo fortalecimento do partido procurando lançar candidaturas às prefeituras e às Câmaras de Vereadores”, garantiu.
Também afirmou que não será candidato a prefeito de Nova Andradina na disputa eleitoral de 2024, cargo para o qual já foi eleito por três vezes. “Duas coisas são certas, a primeira é que não serei candidato a prefeito pois quero cumprir integralmente o meu mandato como deputado estadual. A outra coisa é que o União Brasil terá uma candidatura a prefeito. Vamos começar a construir essa candidatura neste ano para que até 2024 ela já venha a estar consolidada”, disse Hashioka ao jornal O Estado sobre o processo de reformulação do partido.
Com relação à situação em que pela primeira vez exerce a função legislativa como deputado estadual, já que possui experiência na vida pública com ex-prefeito de Nova Andradina, secretário de Administração e na presidência do Detran- -MS, Hashioka levantou a bandeira da industrialização nas regiões do Vale do Ivinhema e Bolsão para geração de empregos e desenvolvimento. “O Vale do Ivinhema deve ser a nova fronteira de desenvolvimento de Mato Grosso do Sul e pretendo trabalhar em meu mandato para que não só Nova Andradina mas também cidades como Batayporã e Ivinhema integrem um programa de atração de empresas”, afirmou.
Por fim, Hashioka afirmou que é contra atos de violência mas acredita que deve haver um mesmo tipo de punição tanto para quem depreda o patrimônio público quanto para quem pratica corrupção ou tem uma má gestão dos recursos públicos.
O Estado: O senhor atuou em estatais, secretarias e foi prefeito, ou seja, sempre na área mais do Executivo, agora no Legislativo, como deverá ser sua atuação na Assembleia?
Roberto Hashioka: Eu vou trazer para o meu mandato toda essa experiência de gestor público, seja com mandato ou mesmo ocupando cargos que vão desde servidor do Dersul até funções de direção em órgãos como Detran-MS e secretário de Administração do Estado. Ao integrar pastas do Governo do Estado me deu muito conhecimento sobre os problemas das diversas regiões do Estado. Como prefeito de uma das maiores cidades do Estado, trago também conhecimento a respeito das administrações municipais e agora no Legislativo terei facilidade com os prefeitos.
O Estado: Recentemente o senhor foi presidente da Agesul e tem uma relação bem próxima com o órgão, inclusive com servidores. O senhor terá uma atuação parlamentar com algum tipo de foco nessa área?
Roberto Hashioka: Eu ainda estou avaliando, mas acredito que se faz necessário um melhor aparelhamento do órgão, tanto em termos de equipamentos quanto na contratação de profissionais. Hoje a Agesul, que já foi DER (Departamento de Estradas de Rodagem), vive uma defasagem de pessoal contando com poucos profissionais para execução e fiscalização das obras, e isso compromete o trabalho a ser realizado. Vou ver como posso atuar na Assembleia Legislativa para incentivar o trabalho dos profissionais que lá estão.
O Estado: Com relação ao Fundersul, o senhor tem intenção de provocar uma discussão sobre a sua cobrança e a forma como os recursos disponíveis estão sendo aplicados?
Roberto Hashioka: Hoje, o governo está com uma arrecadação muito grande por conta do Fundersul enquanto a classe produtora passa por dificuldades. Há de se discutir esta questão relacionada tanto aos valores cobrados quanto ao investimento na recuperação da malha rodoviária do Estado. Os produtores estão nos cobrando e eu pretendo levar o assunto para ser discutido na Assembleia Legislativa.
O Estado: O senhor pretende fazer parte da Mesa ou de qual comissão da casa?
Roberto Hashioka: Não sou candidato a presidente, mas estou participando das negociações para a renovação da Mesa Diretora do Legislativo com os demais deputados. Como sou o único deputado eleito do União Brasil e nosso partido não tem muita influência nas discussões para a composição da futura Mesa Diretora, naturalmente que numa eleição com um colégio de 24 votos tudo depende de muita articulação, que já está em andamento.
O Estado: Em quais áreas do Legislativo o senhor pretende atuar mais?
Roberto Hashioka: Apesar de ser um engenheiro de formação, como exerci três mandatos como prefeito, adquiri um conhecimento amplo sobre todas as áreas. Como é do conhecimento de todos, as maiores deficiências estão nas áreas da saúde e da educação, e, por isso, devem merecer especial atenção, como dar prosseguimento à instalação de hospitais regionais e equipá-los para que as pessoas recebam desde a atenção básica até um atendimento de alta complexidade. Isso pode significar um desafogo do sistema hospitalar de Campo Grande, por exemplo.
Já no setor de educação, a luta é por melhorar o Ideb, que em 2021 teve um recuo aos níveis de 2015, muito disso em razão da pandemia, mas é preciso recuperar esse tempo que se perdeu. Essa melhoria vai desde o investimento na construção de escola e passa por investimentos em melhores salários.
O Estado: Em relação ao governo eleito, como será a sua postura, já que o União teve candidato próprio e depois apoiou outro candidato no segundo turno?
Roberto Hashioka: Não estou na base do governo, mas isso não significa que eu não venha a votar favoravelmente a projetos que tragam benefícios para a população. Eu estou filiado ao União Brasil e participei da campanha da deputada federal Rose Modesto ao governo no primeiro turno, e se declarou apoio ao Capitão Contar no segundo turno. Apesar desse meu posicionamento durante a eleição, fui companheiro de Eduardo Riedel (MDB) na equipe do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e tenho um bom relacionamento com ele.
O Estado: A deputada Rose Modesto logo depois do segundo turno anunciou que irá sair do União Brasil. O senhor vai continuar no partido?
Roberto Hashioka: Com certeza quero permanecer no União Brasil e lutar pelo fortalecimento do partido procurando lançar candidaturas às prefeituras e às Câmaras de Vereadores. Não tive contato com a deputada federal Rose Modesto, e portanto não fui comunicado por ela sobre essa notícia de que ela vai deixar o partido. Nas próximas semanas pretendo procurar a senadora Soraya Thronicke, que é a presidente regional do partido, para saber quais os planos dela para o partido.
O Estado: O senhor já foi prefeito de Nova Andradina por três vezes e no próximo devem acontecer eleições municipais e o seu nome já surge como potencial candidato. O senhor pretende concorrer ao cargo?
Roberto Hashioka: Duas coisas são certas, a primeira é que não serei candidato a prefeito pois quero cumprir integralmente o meu mandato como deputado estadual. A outra coisa é que o União Brasil terá uma candidatura a prefeito. Vamos começar a construir essa candidatura neste ano para que até 2024 ela já venha a estar consolidada.
O Estado: Os moradores da sua região, Nova Andradina e Vale do Ivinhema, o que podem esperar do deputado Hashioka?
Roberto Hashioka: O Vale do Ivinhema deve ser a nova fronteira de desenvolvimento de Mato Grosso do Sul e pretendo trabalhar em meu mandato para que não só Nova Andradina mas também cidades como Batayporã e Ivinhema integrem um programa de atração de empresas. A região encontra-se em posição estratégica pois faz divisa com alguns dos estados mais desenvolvidos do país, como São Paulo e Paraná, e, por isso, é muito atrativa para investimentos. Devemos seguir o mesmo caminho que Três Lagoas seguiu e hoje é um dos municípios que mais atraem investimentos no Estado. Hoje, já temos quatro grandes frigoríficos instalados, quatro usinas de álcool de grande porte e estão nessa região pelo potencial que as cidades têm. Vou usar meu mandato para trabalhar junto ao governo na atração de investimentos para a região.
O Estado: O país vive um momento delicado neste início de 2023? Como o senhor avalia tudo o que aconteceu em Brasília no dia 8 de janeiro?
Roberto Hashioka: Logicamente que ninguém pode concordar com qualquer tipo de violência nem com a depredação de patrimônio público, mas a depredação não se dá apenas por meio de atos violentos, mas também por meio da corrupção e da má gestão do dinheiro público. As punições devem ter o mesmo nível de rigor nos dois casos, pois ambos são extremamente danosos e a população mais carente é que sofre mais com os reflexos dessas ações nefastas.
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