Especialistas da cafeicultura se reuniram no I Fórum Técnico Café e Clima, realizado na terça-feira (20), e concluíram que as próximas safras de café deste ano, e de 2020, serão comprometidas e não serão maiores que as de 2018. Isso tudo devido as chuvas irregulares, altas temperaturas, geadas e floradas irregulares, ocorridas no Brasil a partir de dezembro de 2018.
No evento idealizado pela Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (MG), o coordenador do Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé, explicou que as principais ocorrências registradas na área de ação da cooperativa, foram a florada antecipada e a temperatura acima da média.
Além destas, as causas de quebra de produtividade no setor se devem 56% à deficiência hídrica, 17% ao excesso hídrico e 14% às temperaturas adversas, que juntos correspondem a 87% dos fatores de influência na produção.
A exposição das lavouras a uma grande amplitude térmica, cujas temperaturas mínima e máxima registraram 14 e 36 graus, também comprometeu o metabolismo da planta.
O presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, afirma que mesmo com o levantamento técnico realizado na área de ação da Cooxupé ao longo desses meses, não é possível ainda falar em números sobre os impactos na safra do próximo ano, mas que a colheita pode ser, no máximo, igual a de 2018.
Os impactos do clima, no entanto, já são sentidos pela cooperativa no recebimento de café deste ano. “Até o momento, estamos com a produção de nossa área 95% colhida e recebemos de cooperados e terceiros 4,144 milhões de sacas de café arábica. Nossas expectativas gerais eram de 5,7 milhões de sacas e, certamente, não alcançaremos esta meta”, revela o presidente da Cooxupé. Em 2018, o recebimento de café de cooperados e terceiros foi de 6,451 milhões de sacas. (João Fernandes com Agrolink)