Vacinação contra a gripe para crianças inicia na próxima semana em Mato Grosso do Sul

Vacinação é uma das formas mais eficientes de garantir a proteção contra a gripe Influenza - Foto: Nilson Figueiredo
Vacinação é uma das formas mais eficientes de garantir a proteção contra a gripe Influenza - Foto: Nilson Figueiredo

A partir da segunda quinzena de março, Mato Grosso do Sul incluirá a vacina contra a gripe no Calendário Nacional de Vacinação, contemplando crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes e idosos a partir de 60 anos. A inclusão da imunização torna permanente a oferta dessa vacina para esses grupos, que antes eram atendidos apenas durante campanhas sazonais.

A vacina estará disponível em todas as salas de vacinação do estado, garantindo acesso contínuo à proteção contra a influenza. Além dos grupos mencionados, outros segmentos da população, como profissionais de saúde, professores, forças de segurança, pessoas com doenças crônicas ou deficiências, entre outros, continuarão a ser atendidos em estratégias especiais de vacinação.

As autoridades de saúde de Mato Grosso do Sul destacam a importância da vacinação como uma medida preventiva eficaz contra a gripe, especialmente para os grupos mais vulneráveis. Pais e responsáveis são incentivados a levar as crianças aos postos de saúde para garantir a imunização adequada e contribuir para a saúde coletiva.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que, conforme previsão do Ministério da Saúde, a campanha de vacinação contra a gripe começará na segunda quinzena de março. No entanto, o município ainda não recebeu a nota técnica sobre como a campanha será conduzida nem as doses a serem aplicadas. A Sesau aguarda orientações do Ministério da Saúde para dar início à vacinação.

A SES (Secretaria de Estado de Saúde) também informou que ainda aguarda o envio do informe técnico do Ministério da Saúde, o qual trará todos os detalhes sobre a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza para o ano de 2025. Esse documento será essencial para o planejamento e execução da campanha no estado, incluindo datas, grupos prioritários e outras orientações relacionadas à imunização.

Picos de infecções

Em entrevista ao O Estado, a pneumopediatra Jaqueline Pasa Blans Carnelos falou sobre os picos anuais de infecções respiratórias e a importância das vacinas na prevenção. “O aumento no número de infecções respiratórias é esperado e ocorre todos os anos, principalmente com o início das aulas, quando há uma maior troca de vírus entre as crianças. Esse pico também se agrava com a transição para o outono e o inverno, quando as condições climáticas favorecem a disseminação do vírus”, explicou.

A médica ressaltou que, historicamente, o único ano em que esse pico não ocorreu foi durante a pandemia, devido ao isolamento social e ao fechamento das escolas, o que impediu o contato entre as pessoas. Ela também destacou a vulnerabilidade das crianças. “As crianças ainda têm a imunidade em desenvolvimento, e as vias aéreas delas apresentam uma imaturidade anatômica e funcional, o que pode intensificar os sintomas. Além disso, o ambiente escolar, com aglomerações e menores padrões de higiene típicos do comportamento infantil, contribui para a propagação das infecções, algo que não ocorre com a mesma frequência nos adultos.”

Jaqueline explicou que, embora existam vacinas contra a COVID-19, Influenza e Vírus Sincicial Respiratório, não há vacinas para outros vírus de menor incidência, como o metapneumovírus e o adenovírus. Ela explicou ainda as diferenças entre as vacinas disponíveis. “A vacina oferecida pelo SUS é trivalente, protegendo contra três tipos de Influenza: dois subtipos de Influenza A e um de Influenza B. Já a vacina particular é quadrivalente, oferecendo proteção contra quatro subtipos: dois de Influenza A e dois de Influenza B.”

A pneumopediatra também reforçou a importância de investir na vacina particular, mas destacou que, se a realidade financeira não permitir, a vacina do SUS já oferece uma proteção valiosa. “Certamente, vale a pena considerar a vacina particular, mas a do SUS já será extremamente útil para a proteção das crianças”, afirmou.

Jaqueline também deu orientações sobre cuidados preventivos. “É fundamental higienizar as mãos de todos da família com mais frequência, não levar a criança para a escola se ela estiver com febre, e realizar a lavagem nasal diária. Além disso, é importante evitar lugares fechados e com aglomerações. Quando perceber sinais de esforço respiratório, como batimento de asa nasal, retração de fúrcula, retração subcostal, arcos costais e respiração paradoxal, é essencial procurar atendimento médico. Se a criança estiver com febre acima de 40 graus, se ficar muito prostrada mesmo fora do período da febre, ou se a pele ficar moteada, como se fosse mármore, é necessário buscar ajuda imediatamente. A ausência de urina ou dificuldades para se hidratar também são sinais de alerta.”

Por fim, a médica explica que a transmissão de vírus respiratórios é mais comum no outono e no inverno, especialmente entre março e junho, devido a oscilações térmicas, variações de umidade, concentração de poluentes e o aumento das aglomerações em ambientes fechados, que facilitam a circulação de vírus e bactérias.

Alta nos casos e óbitos por SRAG

O Boletim Epidemiológico da SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em Mato Grosso do Sul, referente à 9ª semana epidemiológica de 2025, aponta crescimento no número de casos e óbitos. O Estado registrou 710 casos, sendo 246 com agente etiológico identificado e 56 óbitos confirmados.

Entre os vírus detectados, o SARS-CoV-2 lidera (41,4%), seguido pelo Rinovírus (33,5%). No entanto, os vírus Influenza também preocupam: o Influenza B foi responsável por 2% dos casos, enquanto o Influenza A (não subtipado) representou 1,6%. Casos de Influenza A H1N1 e H3N2 também foram identificados, embora em menor proporção.

Campo Grande lidera em notificações, com 293 casos, seguido por Corumbá (60) e Ponta Porã (52). Crianças de 1 a 9 anos foram as mais afetadas (26,48%), enquanto idosos acima de 80 anos apresentaram a maior taxa de óbitos (33,93%).

 

Por Suelen Morales

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