Vacina contra nova gripe só chega em março de 2022

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Divulgação/PMCG

CLÁUDIA COLLUCCI

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As vacinas contra o vírus influenza A H3N2 que vão contemplar a nova cepa Darwin, responsável pela epidemia de gripe em São Paulo e em outros estados do país, só devem chegar ao Brasil no início de 2022.

Segundo Geraldo Barbosa, presidente da ABCVac (Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas), é muito improvável que se consiga importar o imunizante antes disso porque, no momento, as fábricas do mundo estão produzindo as cepas direcionadas ao hemisfério norte.

“As nossas cepas, que são diferentes, só vão entrar em produção a partir de agora. Até chegar ao Brasil, ter liberação da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], é um processo que leva tempo. A gente está tentando antecipar um pouco, mas, pela própria capacidade de produção, é muito difícil”.

O SUS e a rede privada devem receber imunizantes já com a cepa Darwin. Ela constará tanto nas vacinas influenza trivalente (distribuídas na rede pública) quanto nas tetravalentes (disponíveis nas clínicas privadas).

O Instituto Butantan, que fornece todos os imunizantes contra influenza comprados pelo Ministério da Saúde, começou a produzir a vacina em setembro e promete a entrega em março, como em anos anteriores. De acordo com o instituto, fica a cargo do governo federal uma possível antecipação da campanha de vacinação. Em 2021, por exemplo, ela foi iniciada em abril.

Como o produto contém três cepas, a fábrica do Butantan, em São Paulo, prepara o imunizante contra cada uma delas em períodos separados. Nos intervalos, o ambiente precisa ser limpo antes de se dedicarem à próxima variante. A composição que contemplará a nova cepa Darwin, por exemplo, será produzida a partir de janeiro.

O instituto ofereceu, há 15 dias, 3 milhões de doses remanescentes da campanha deste ano para o Ministério da Saúde, mas ainda não obteve resposta. A informação foi dada pelo G1 e confirmada pela reportagem.

Para Barbosa, da ABCVac, os inesperados surtos de gripe influenza A em São Paulo e em outros estados estão relacionados à baixa cobertura vacinal e ao turismo. “Um turista do hemisfério Norte contaminado com essa cepa nova pode ter trazido. Daí o aumento de casos em cidades turísticas como o Rio, Salvador, São Paulo”. Segundo ele, a grande luta tem sido conscientizar as pessoas que a cobertura vacinal é preventiva, não tem resposta imediata. “A vacina não chega rápido, não tem para todo mundo ao mesmo tempo”.

A cobertura vacinal da gripe entre os grupos prioritários neste ano no estado de São Paulo foi de 55,5%. “Agora, são as medidas preventivas, como uso de máscaras, higienização das mãos e evitar aglomerações. Influenza tem muito a ver com contato e agora, com as festas de fim de ano, a gente tem o temor que a situação perca o controle”.

Além do aumento da procura nos pronto atendimentos de hospitais públicos e privados, o agendamento por consultas com infectologistas e pneumologistas, especialidades ligadas diretamente aos sintomas respiratórios, também cresceu.

Na plataforma Doctoralia, houve um crescimento de 8% (de 854 para 925) na busca por esses especialistas na primeira quinzena de dezembro comparado com a primeira de novembro. Neste fim de ano, muitos profissionais fecham a agenda para férias. Na plataforma, há filtro de busca onde é possível localizar quem está disponível.

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