Usuários de transporte público reclamam da lotação e decisão precipitada

Segundo a Agetran, até a próxima segunda-feira (9) todos terminais estarão funcionando 100%

O novo decreto que autoriza os ônibus a transitar com a capacidade máxima desde ontem (5) na Capital não agradou o usuário do transporte coletivo, além da lotação, eles afirmaram que a decisão foi precipitada devido à pandemia. Nesta quinta-feira (6) os terminais ainda estavam com as entradas fechadas e os usuários tendo que embarcar pela porta da frente dos ônibus. Com a mudança a integração também voltou a ser de 100%.

De acordo com o diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Janine Bruno de Lima, até a próxima segunda – feira (9) os terminais já funcionarão 100%. “Precisamos atualizar o sistema, instalar as catracas, fazer escala dos funcionários. O decreto foi publicado na quarta-feira (4) não conseguiríamos agilizar tudo de um dia para outro”, explicou.

No terminal Morenão, por volta das 07h30, alguns pontos estavam com fila. Regiane Oliveira, 33 anos, desce todos os dias no terminal para ir ao trabalho. Segundo ela, deu medo de entrar no ônibus tão cheio. “Quando podia 50% da capacidade eu já achava que estava muito cheio, agora então está pior e o vírus ainda não foi embora”, afirmou.

Fernanda Santa Rita, 22 anos, tem que pegar dois ônibus para chegar ao serviço. Ela assegurou que ficou assustada com a quantidade de pessoas que estavam no ônibus. “Para mim que o motorista nem iria parar no ponto próximo da minha casa de tanta gente. Eu não sabia da mudança, mas espero que sejam colocados mais ônibus para rodar, acho cedo ainda para aglomerarmos, ainda mais que tem pessoas que acabam tirando a máscara”, reiterou.

Conforme a estudante Katiucia Rodrigues, 31 anos, a decisão foi precipitada. Ela declarou que não tem como não aglomerar no ônibus lotado. “Primeiro dia que a lotação máxima foi permitida e eu já me senti dentro de uma lata de sardinha. Sinceridade, morri de medo de ser infectada. A pandemia ainda não acabou e algumas pessoas insistem em tirar a máscara quando chegam no fundo do ônibus e o motorista não consegue ver”, disse.

Clementina Manoco, 50 anos, mora no Noroeste. Segundo ela, do bairro para o centro da Capital só tem uma linha, a 520 (Noroeste/ Serraville), e desde quarta-feira (4) quando voltou a trabalhar que o ônibus já sai do bairro lotado. “Sei que o decreto começou a valer nesta quinta-feira, mas como só tem esse ônibus que vem para o centro, ele está sempre cheio”, declarou.

A manicure Elizalina Pereira, 39 anos, revelou que não viu diferença e que o ônibus estava vazio. “A única diferença é que tinha mais gente em pé, mas nada anormal, não estava lotado. Vamos ver como vai sair daqui para frente né, eu já tive COVID, mas morro de medo de pegar novamente”, ressaltou.

Frota

O diretor-presidente da Agetran, Janine Bruno, alegou que o número de ônibus só será ampliado conforme a demanda de passageiros e que reuniões diárias são realizadas com o Consórcio Guaicurus para realizar ajustes no transporte coletivo. Conforme a concessionária, em média, nos dias úteis, são transportados 70 mil passageiros. Antes eram mais de 130 mil usuários.

“Hoje nós temos apenas 55% dos passageiros que eram transportados antes da pandemia, então a quantidade de ônibus rodando é uma questão de oferta e demanda. Por exemplo, se hoje a quantidade de ônibus rodando na linha 61 (Moreninha/Centro) não está dando conta de todos os passageiros e existe fila para linha nos terminais, automaticamente a gente solicita que um reforço ajude”, explicou.

Idosos

Os cartões de gratuidade do transporte coletivo dos idosos foram liberados no dia 5 de outubro e mesmo com o novo decreto continua com restrições de horário e cadastro para os que vão circular após as 21h. A gratuidade está liberada das 9h às 16h e das 19h à 0h. Para os idosos que pretendem utilizar o cartão após as 21h, precisa ser feito um cadastro no Consórcio Guicurus por meio do telefone 3316-6600.

Transporte coletivo na pandemia

No começo da pandemia em Campo Grande o transporte coletivo chegou a ficar suspenso do dia 21 de março a 6 de abril. Após esse decreto, os ônibus voltaram a circular com a proibição de carregar passageiros em pé.

No dia 30 de abril, o novo decreto liberava o transporte de usuários em pé, no máximo 7 pessoas, e ainda o uso obrigatório de máscaras pelos passageiros. Depois, no dia 23 de junho, o número de passageiros em pé subiu para 15 .

Em setembro, no dia 25, o transporte público já podia circular com 30% da capacidade de passageiros em pé e por último, no decreto do dia 15 de outubro, os ônibus podiam rodar com 50% da capacidade máxima prevista pelo fabricante. Acesse mais o nosso conteúdo.

(Texto: Rafaela Alves)

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