‘Termômetro’: setor de veículos reage pela primeira vez desde o início da pandemia

Em Campo Grande, 2 mil novas unidades foram comercializadas pelas concessionárias no mês passado

Segundo o levantamento mensal da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), somente no mês de julho foram comercializados 2.070 carros novos em Campo Grande. Na comparação com o mês de junho, onde foram vendidos 1.459, é possível identificar uma alta de 41,88%. Foi a primeira variação positiva desde o início da pandemia, em março.

No acumulado do ano o número é 27,54% menor, tendo em conta que em 2019 foram contabilizadas as vendas de 16.029 veículos, perante os 11.615 deste ano

Em julho, a pesquisa indicou que os veículos mais procurados foram os automóveis (852), seguidos pelas motos (715), picapes e caminhonetes (272), e por caminhões (108).

Em junho, a federação revelou que dos 1.459 comercializados, 794 foram autos; 135 picapes e caminhonetes; 42 caminhões; dois ônibus; 392 motos e outros 20 implementos rodoviários.

Para a Fenabrave, o resultado foi motivado pela pandemia de novo coronavírus, já que bens de consumo, como o automóvel, são os primeiros que deixam de ser adquiridos. Por isso o setor funciona como um termômetro de mercado, que começa a reagir conforme a economia.

“O mercado de julho em relação a junho mostra um crescimento. Ainda estamos em queda, pois o mercado ainda não se recuperou. Acreditamos na gradual recuperação do mercado à medida que a economia começa a crescer. Ainda não sabemos como a pandemia vai se desenrolar, mas percebemos que se continuar no ritmo em que está teremos um aquecimento de vendas frente ao fim do ano”, informou a federação.

Com 35 anos de experiência na área, Carlos Vila Maior, gerente de vendas da Perkal Chevrolet, localizada na Avenida Eduardo Elias Zahran, explicou que as vendas seguem em ritmo acelerado, impulsionadas pelo agronegócio e pelas condições de financiamento proporcionadas pelas concessionárias.

“Em julho tivemos a retomada de muitas fábricas no Estado e com isso cresceu a demanda por veículos e maquinário. Em Mato Grosso do Sul temos a pujança do agronegócio, que aliado com as taxas de juros baixas e até mesmo zeradas, possibilitou que a venda, principalmente de picapes, crescesse significativamente. Pra o mês de agosto já estamos com um aumento de 40% nas vendas que nos faz acreditar que será um mês de bons resultados”, explicou.

Questionado sobre a procura por veículos seminovos, ele destaca que também está sendo alta e afirma que se dá pela demanda reprimida. O gerente descarta a realização de feirões, tendo em conta o alto número de pessoas que poderiam se aglomerar no local e, por isso, as ações promocionais têm ganho mais força.

“Existia uma demanda reprimida por veículos e, com isso, até os seminovos estão sendo muito procurados. Além disso, aqueles que estavam na dúvida entre trocar ou não de carro, agora com as condições financeiras proporcionadas neste período acabam tendo a certeza pela troca, o que é muito positivo. Mesmo assim, não acredito que o período seja propício para feirões, pois teríamos certamente aglomerações, porém, os atendimentos estão acontecendo de forma individualizada e em sua maioria pela internet, o cliente recebe o carro em casa”, destacou.

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(Texto: Michelly Perez/Publicado por João Fernandes)

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