Soltura de Wolbitos é esperança para controle da dengue nos próximos anos

Saúde inaugurou ontem Biofábrica que já estava em funcionamento desde o mês passado

Levando esperança aos moradores da região do anhanduizinho, representantes da saúde do município, Estado e Ministério da Saúde fizeram hoje (10) a primeira soltura do mosquito wolbito, como são chamados os Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia no Parque Ayrton Senna, no bairro Aero Rancho, em Campo Grande, após a inauguração da Biofábrica de mosquitos no Lacen (Laboratório Central).

A liberação dos mosquitos faz parte da estratégia do Método Wolbachia, iniciativa do WMP (World Mosquito Program), conduzida no país pela Fiocruz, com apoio financeiro do Ministério da Saúde, e que utiliza a bactéria Wolbachia para o controle de arboviroses, doenças que são transmitidas por mosquitos.

Segundo o secretário de Vigilância de Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, o projeto de forma sustentável é de extrema importância para o controle das doenças como dengue, zika e chikungunya e Febre Amarela e deve obter resultados promissores dentro de dois anos.

“Nós soltamos na natureza o mosquito que possui uma bactéria do bem que impede a propagação do vírus, controlando essas doenças na região. Seguindo todas as etapas, e fazendo os acompanhamentos da evolução do projeto, prevemos que dentro de um a dois anos, temos resultados positivos”, afirmou.

A primeira soltura aconteceu de forma simbólica no Parque Ayrton Senna no Aero Rancho e deve seguir pelo Guanandi, Batistão, Centenário, Coophavila II, Tijuca e Lageado. Nestes bairros, os wolbitos serão liberados semanalmente, durante 16 semanas, por agentes da Prefeitura de Campo Grande. As liberações ocorrem no período da manhã e são feitas por meio de veículos cedidos pela SES.

No próximo semestre, os próximos bairros a receberem os mosquitos são Alves Pereira, Centro Oeste, Jacy, Jockey Club, Los Angeles, Parati, Pioneiros, Piratininga, Taquarussu, Moreninha e América.

Inauguração Biofábrica

Ainda pela manhã, foi inaugurada a Biofábrica de mosquitos instalada na sede do Lacen, mas em razão da pandemia do coronavírus, o lançamento foi fechado, aberto apenas para as autoridades.

O local já trabalha na criação dos mosquitos desde o mês passado, produzindo 1,5 milhão de Aedes por semana.

Para o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, a iniciativa representa um verdadeiro alívio para Mato Grosso do Sul, que sofre com a doença há muitos anos. Além da Capital, a SES ainda estuda ampliação para outros municípios. “Nós queremos expandir este projeto do Método Wolbachia para outras cidades sul-mato-grossenses como Corumbá, Dourados e Ponta Porã”, disse o secretário.

Dayane Medina

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