Com a volta das atividades, a ação para soltura dos mosquitos com a bactéria Wolbachia retornou na última semana e os insetos devem ser liberados no início do mês de dezembro, em Campo Grande.
O projeto é uma forma complementar às ações de combate às doenças provocadas pelo Aedes aegypti, como dengue, zika e chykungunia. Nele é introduzida uma bactéria, comum em 60% dos insetos, mas que não está presente na espécie, e assim, impedir que o vírus da doença se multiplique no organismo do mosquito.
As ações seriam iniciadas no segundo semestre deste ano, mas com a pandemia as atividades foram suspensas e precisaram ser reiniciadas na segunda quinzena de outubro.
“Começamos, de forma mais intensa agora, o engajamento da população. É importante que todos saibam o que estamos fazendo e aprovem a soltura dos mosquitos com Wolbachia, a partir daí se inicia a liberação deles”, explica do coordenador do projeto, Gabriel Sylvestre.
Ao todo, oito mil recipientes com mosquitos serão liberados por semana, durante quatro meses, nos sete bairros da primeira etapa do programa. Será feita a soltura nos bairros Guanandi, Aero Rancho, Batistão, Centenário, Coophavila II, Tijuca e Lageado.
Esses mosquitos com Wolbachia que serão soltos são produzidos aqui na cidade, na biofábrica que está em fase final de instalação na cidade. Considerado como um processo autossuficiente, após certo período de liberação dos mosquitos, não será mais necessária a fabricação destes, uma vez que a maior parte da população desses insetos na cidade já será portador da bactéria.
Método Wolbachia
A Wolbachia é uma bactéria intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti. Quando presente neste mosquito, ela impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do mosquito, contribuindo para redução destas doenças. Não há modificação genética nem no mosquito, nem na bactéria.
O Método Wolbachia consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais e gerar uma nova população destes mosquitos, todos com Wolbachia. Uma vez que os mosquitos com Wolbachia são liberados no ambiente, eles se reproduzem com mosquitos de campo e ajudam a criar uma nova geração de mosquitos com Wolbachia. Com o tempo, a porcentagem de mosquitos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça alta sem a necessidade de novas liberações.
No Brasil, o método é implementado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com financiamento do Ministério da Saúde, em parceria com governos locais. Após resultados muito promissores de redução destas arboviroses no Brasil e no mundo, o WMP entrou em expansão nacional no ano de 2019. Atualmente o WMP está sendo implementado nas cidades de Campo Grande (MS), Petrolina (PE) e Belo Horizonte (MG) com financiamento do Ministério da Saúde e em parceria com os Governos locais e diversos outros parceiros locais.
(Com informações da Prefeitura de CG)