Por Rafaela Alves [Jornal O Estado]
A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) está aguardando aprovação da Caixa Econômica para continuar a construção da USF (Unidade de Saúde da Família) do Jardim das Perdizes e dar início ao processo licitatório.
A obra está paralisada desde 2013 e, conforme relatório da CGU (Controladoria-Geral da União), mais de R$ 800 mil já foram usados na construção, o que corresponde a 72% do custo total que era de R$ 1,2 milhão.
O jornal O Estado acompanhou a visita do secretário municipal, José Mauro Filho. No local havia uma equipe da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) realizando a limpeza da unidade, que estava tomada pelo mato e com muito lixo acumulado na estrutura existente.
“Ainda não tem previsão de quando vamos começar a obra, apenas que queremos entregar até o fim de 2024. Mas como estamos aguardando apenas aprovação do banco, já vamos começar a limpar e ver qual a real situação. Apesar de que já encaminhamos os projetos para a Caixa com todas as alterações necessárias para agilizar ainda mais esses processos burocráticos”, assegurou.
O secretário acredita ainda que, por ser um financiamento direto com o banco, a licitação ocorra mais rápido, porque as próprias empresas têm mais interesse nesse tipo de contrato. “Esse modelo é mais rápido do que quando pegamos recurso do governo federal e outra coisa que faz com que as empresas se interessem mais e andem mais rápido com a obra é que a Caixa paga conforme a produtividade.
É feita uma medição e a empresa recebe de acordo com o que foi feito”, disse. Conforme a Sesau, essa unidade contará com três equipes de saúde da família e deve beneficiar de 12 a 15 mil pessoas. Além dos moradores do Jardim das Perdizes, a unidade atenderá os moradores da Vila Santo Eugênio, do Jardim Moema e Recanto das Paineiras.
Vale ressaltar que, com a inauguração de uma nova unidade de saúde, isso acaba por desafogar outras. Neste caso deve atingir a UPA do Universitário, USB Universitário e as USFs da Moreninha e do Itamaracá.
Essa unidade será a última de uma lista de 11 que estavam com as obras inacabadas e paralisadas. Até o momento, já foram entregues: Sírio-Libanês, Zé Pereira, Vila Cox, Oliveira, Azaléia, Cristo Redentor, Arnaldo Estevão Figueiredo e Aero Rancho (Granja). Outras duas, do Santa Emília e Jardim Presidente, já tiveram as obras retomadas e devem ser entregues neste ano.
A unidade do Santa Emília, como já noticiado por O Estado, teve a obra retomada no ano passado e deve ser entregue no prazo de 60 dias. A obra estava parada desde 2016 por entraves burocráticos, com aproximadamente 45% da sua parte física executada.
A Prefeitura de Campo Grande contratou a empresa para a conclusão da unidade, com investimento previsto no montante de R$ 1.325.837,99. Já a USF do Bairro Jardim Presidente está prevista para ser entregue em agosto deste ano. A ordem de serviço para retomada e conclusão da obra foi assinada no fim do mês de março. O investimento do município é de aproximadamente R$ 616 mil. Em funcionamento, a unidade deve beneficiar mais de 15 mil pessoas.
Aumento da cobertura
Com o salto de 64 para 72 unidades em funcionamento nos últimos cinco anos, de 2017 a 2021, Campo Grande tem a oitava maior cobertura de saúde da família entre as capitais do país. Passou de 33% (27ª capital) para 75% (8ª capital) em Atenção Primária. Mas esse número deve aumentar, isso porque a previsão da secretaria municipal é de que a Capital esteja com 77 unidades até o fim de 2024.
Conforme o secretário José Mauro, apenas com a inauguração e o funcionamento das unidades do Santa Emília, Jardim Presidente e Jardim das Perdizes, o percentual de cobertura da Atenção Primária deve aumentar em até 9%.
“Dependendo do cadastramento dessas três unidades a cobertura pode aumentar em torno de 6 a 9%. Em 2017 tínhamos 270 mil pessoas cadastradas nas unidades de saúde, agora temos 750 mil cadastro”, assegurou.
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