Mesmo com casos já confirmados de coinfecção no Estado, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) afirma que não é comum a realização dos dois testes em um mesmo paciente e até mesmo que não existe um campo de filtragem que registre que os pacientes foram coinfectados na Capital.
O aumento de casos de dengue e de COVID-19 na mesma proporção causa preocupação, principalmente por alguns sintomas se confundirem entre as duas doenças, como febre, dor de cabeça, dores no corpo. As duas doenças são consideradas virais, mas a forma de transmissão e o comportamento do vírus são distintos e podem, sim, infectar a mesma pessoa.
Para o médico infectologista Rodrigo Coelho não se trata de algo comum, mas acoinfecção pode ocorrer principalmente pela circulação das duas doenças estarem em alta e nesse caso é importante que os profissionais estejam atentos aos sintomas.
“Os de dengue são: artralgia, dor no corpo, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, fadiga. E a COVID pode ter tudo isso, associado a sintomas das vias aéreas superiores, com dor de garganta, coriza, nariz entupido e assim por diante, elas se diferem neste sentido. Em todo caso, se os vírus estão circulando ao mesmo tempo, é possível que o paciente tenha as duas coisas ao mesmo tempo, então as testagens são muito importantes”, afirma Coelho.
Ainda de acordo com o infectologista, é importante que a população saiba que é possível contrair dengue e COVID ao mesmo tempo e que existem na rede pública os testes para ambas, e caso seja necessário, o médico responsável pelo atendimento deve fazer esta solicitação, até mesmo para a realização do tratamento adequado.
De acordo com os dados do boletim epidemiológico emitido pela SES (Secretária de Estado de Saúde), da última quarta-feira (11), nos primeiros dez dias de janeiro, foram registrados 272 casos de dengue no Estado, 23 já foram confirmados.
Vale ressaltar, conforme divulgado na edição de ontem (12) de O Estado, que houve um aumento de mortes por dengue em Mato Grosso do Sul no ano passado.
Em 2022 foram registradas 23 mortes, o que representa um aumento de 64% se comparadas ao ano de 2021, quando os casos de mortes pela doença somaram 14. Além dos óbitos, o ano anterior terminou com 19.812 casos de dengue. Já em relação à COVID-19, nos dez primeiros dias de 2023, foram registrados 1.082 casos confirmados e 14 mortes.
Por Camila Farias – Jornal O Estado do MS.
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