O presidente nacional do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, comunicou nesta terça-feira (22), que o Partido entrou com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para anular votos de algumas urnas eletrônicas nas eleições do último dia 30 de outubro.
O documento indica que “em todas as 279.336 urnas eletrônicas dos modelos UE2009, UE2010, UE2011, UE2013 e UE2015, utilizadas no Segundo Turno das Eleições Gerais de 2022” foram verificadas inconsistências.
Segundo o partido, laudo técnico de uma auditoria realizada pela entidade Instituto Voto Legal, contratada pelo partido, indica que foram constatadas evidências de mau funcionamento de urnas eletrônicas, através de eventos registrados nos arquivos Logs de Urna – documento disponibilizado pelo TSE no qual se registram todas as atividades desempenhadas pelo equipamento de votação.
Contanto, na mesma tarde o Ministro do TSE Alexandre de Moraes comunicou que as urnas apontadas na petição inicial foram utilizadas tanto no primeiro turno quanto no segundo turno das eleições de 2022. Assim, sob pena de indeferimento da inicial, deve a autora aditar a petição inicial para que abranja ambos os turnos das eleições, no prazo de 24h.
Representação
De acordo com o líder do partido, a observação foi realizada para contribuir com o fortalecimento da democracia. “Nós do PL não somos especialistas em seguranças de dados, então fomos atrás de técnicos para garantir a transparência do processo eleitoral. Para que não fique nenhuma dúvida.”
A observação foi apresentada pelo engenheiro Carlos Rocha, quem liderou o levantamento. “Esse relatório não expressa a opinião do partido, mas sim o estudo de especialistas graduados e, que no nosso entendimento, deve ser analisado por especialistas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral)”, fala Valdemar.
“Montamos uma plataforma inteligente de dados. Ao montar a tabela com observação de todas as urnas, surgiu uma ocorrência que nos chamou atenção. Em alguns bilhões de linhas, aparece 1 numero invalido, fora da faixa de numeração. Buscamos diversas formas de encontrar mais informações, mas infelizmente ficou constatado dois comportamentos. O comportamento das urnas novas e das urnas velhas”, conta Carlos.
“Em um pouco menos de 193 mil urnas de 2016 a 2020, em mais ou menos 48 % de todas as urnas, o arquivo é gerado da forma esperada, em cada linha de determinada atividade, aparece o código de identificação da urna correto, que permite associar aquela linha de registro de atividade com a urna que a realizou”, explica o engenheiro.
“Quando analisamos as urnas antigas, de 2009 a 2015, um pouco mais de 279 mil urnas, 59,2% do total, encontramos esse número invalido na quarta coluna dos logs das urnas. Este é um indício muito forte de falha das urnas, porque se torna impossível associar o registro de cada atividade ao hardware“, completa o especialista.
Com informações da Agência Brasil