Queimadas urbanas se tornam desafio extra na rotina do Corpo de Bombeiros

queimadas
Divulgação

A estiagem que atinge todo Mato Grosso do Sul, aliada ao clima seco característico da estação e à vegetação
ressecada por causa das geadas, acende um alerta para o aumento nos números de queimadas urbanas. Nessa semana, incêndios registrados em diversos pontos de Campo Grande tomaram conta dos noticiários, principalmente pela grande queimada ocorrida no Parque dos Poderes.

Além das condições climáticas ou naturais, uma parcela significativa dos incêndios é causada pela ação humana, com as queimadas irregulares de vegetação e de lixo para limpeza de terrenos e até bitucas de cigarro lançadas no mato, o que acaba se tornando um complicador a mais na rotina do Corpo de Bombeiros.

“Infelizmente com a ausência de chuvas e a baixa umidade do ar e a falta de consciência de parte da população faz com que os focos aumentem de forma demasiada, são muitos focos e a totalidade de viaturas e efetivo estão empenhados em combate a incêndios, além dos outros serviços prestados pela instituição”,
explicou o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul.

Essa falta de preocupação humana que aumenta as queimadas faz com que a corporação tenha de “escolher” qual ocorrência atender. “A corporação tem de ser inteligente na gestão dos recursos, analisar e demandar para as situações de maior emergência, o Corpo de Bombeiros não tem medido esforços para atender toda a população na Capital e no interior”, avalia a instituição.

Apesar de os dados sobre o número de ocorrências de queimadas urbanas atendidas pelos bombeiros na
última sema não terem sido divulgados, a população pode perceber que a cidade de Campo Grande foi tomada pela fumaça.

“Virou praticamente rotina ver essas queimadas na cidade, as pessoas não se importam com o tempo seco
como está e continuam colocando fogo em todo lugar. Pra que isso? É muita falta de responsabilidade e respeito. Pessoas assim precisam ser presas porque não podem conviver em sociedade”, sugere Sthacy Leite, 32, moradora do Jardim Veraneio, que presenciou a queimada no Parque dos Poderes.

De acordo com a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana), entre janeiro e julho
deste ano, 248 proprietários de terrenos foram autuados em Campo Grande por queimadas urbanas.

Nos últimos sete dias, alguns casos de grandes proporções chamaram atenção na Capital. Na segunda-feira
(16) um incêndio em área de vegetação onde ficava o antigo lixão, na região do Jardim Noroeste, em Campo
Grande, assustou moradores.

No local, o Corpo de Bombeiros teve de utilizar mais de 8,5 mil litros de água para controlar o incêndio que devastou a vegetação na parte de cima do antigo aterro.

Na madrugada da quarta-feira (18), para atender ocorrência de queimadas de grande proporção em área
de uma reserva ecológica, localizada na divisa entre os bairros Tiradentes e Rita Vieira, foram necessários
cerca de 4 mil litros de água para combater as chamas.

O caso que teve maior repercussão aconteceu na quinta-feira (19) e devastou parte do Parque dos Poderes.
Incêndio provocado por ação humana teve início na Rua Rio Claro, próximo da Acadepol (Academia de Polícia Civil) e se alastrou para o outro lado da Avenida Desembargador Leão Neto do Carmo, atingindo o
entorno dos prédios do Centro de Educação Infantil José Eduardo Martins Jallad (CEI Zedu), TV Educativa, Agraer e do Tribunal de Contas.

Câmeras de segurança registraram um homem entrando em terreno baldio, por volta de 16h35, e dez minutos depois a fumaça começa a aparecer. Um idoso de 81 anos foi ouvido pela Polícia Civil como suspeito, mas negou que tenho iniciado o incêndio. Ao todo foram utilizados 150 mil litros de água no combate às chamas.

A orientação do Corpo de Bombeiros é para que o cidadão contate imediatamente a Central de Operações, via 193, caso presencie alguma situação de incêndio ambiental. Os cuidados nesta época também devem ser
redobrados porque o fogo descontrolado pode se alastrar rapidamente, causando danos irreversíveis à fauna e à flora. (Jhefferson Gamarra)

Acesse também: Incêndio no Parque dos Poderes foi criminoso

A prefeitura do Parque dos Poderes iniciou na manhã desta sexta-feira (20) o levantamento da área destruída pelo incêndio que ocorreu na noite de ontem (19). As primeiras informações, com base em testemunhas e imagens de câmera de uma residência no bairro Jardim Veraneio, confirmam a suspeita de o incêndio ter sido provocado por ação humana, configurando crime ambiental. Um homem aparece nas imagens colocando fogo ao lado da mata. (leia a matéria completa aqui)

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