Quadrilha arquitetou sequestro de advogada e mais vítimas

Ação da Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos) desmantela quadrilha que realizava o roubo de carros em Campo Grande, e os levava até a Bolívia.
Crédito: divulgação

Ação da Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos) desmantela quadrilha que realizava o roubo de carros em Campo Grande, e os levava até a Bolívia. Enquanto os veículos não deixavam o Estado, as vítimas eram mantidas em cativeiro. Com o comando partindo de dentro do sistema prisional, seis casos foram identificados, em 36 dias. O grupo tem como principal característica a violência com que eram ministradas as ações, e a prática de “recrutar” pessoas sem antecedentes criminais, para auxiliar na execução do crime.

Cerca de 13 envolvidos foram identificados, as ações para prender a quadrilha tiveram início no dia 25 de junho, quando o primeiro veículo, uma caminhonete Toyota Hilux, foi roubado. Entre os criminosos estavam os dois mandantes, que comandavam as ações de dentro do presídio; Jhonathan Dulmonte, 22; Fernanda Tomé, 23; Gislaine Chevalier, 32; Jessyka Midyan Delgado, 27; Ricardo dos Santos, 40; Jhonathan Fermino, 20; Michael Vera Cruz, 30; Ronaldo de Andrade, 23; e Leandro Silva, 33; que foram detidos. Sendo que Abraão Ferrarezi Lima, 18, e Davi Vitor Mendes, 21, foram mortos em confronto.

Segundo a delegada titular da Defurv, Aline Gonçalves Sinnot, pessoas que não possuíam antecedentes criminais eram convocadas a trabalhar com o grupo para dificultar a identificação da polícia. “Quando eles cooptam pessoas que já possuem antecedentes, eles sabem que a identificação fica mais fácil, outra coisa que nós notamos, além disso, é que cooptavam mulheres, motoristas de aplicativo, então, a execução dos ilícitos ela está se aprimorando com o tempo e com as novas tecnologias”, aponta.

O comando das ações partia de dentro do presídio por se tratar de criminosos mais “chegados” à facção criminosa, e que possuíam um sistema organizado de trabalho fora do sistema prisional. “Os internos, recebem uma encomenda da Bolívia, e essas pessoas cooptavam os executores, quem daria a voz de assalto, e quem ficaria no cativeiro cuidando das vítimas, até que o veículo ultrapassasse a fronteira. Os motoristas de aplicativo eram usados nessa logística, para buscar os executores em determinados locais, levar até o cárcere, ou até mesmo levar o dinheiro até alguém. Os donos de cativeiro, eles fragmentavam todas as ações. A maioria deles só sabia o que iria fazer na hora, o que acabava dificultando muito a previsão de uma ação.” A quadrilha intensificou os roubos nos últimos dez dias, realizando ao menos quatro roubos nesse período.

Fim do sistema

A ação da quadrilha teve fim logo após o grupo roubar, sequestrar e manter em cárcere uma advogada. A vítima foi abordada pelos criminosos por volta das 22h de terça- -feira (30). O Batalhão de Choque, durante rondas, encontrou o cativeiro e entrou em confronto com o grupo e matou dois bandidos, identificados por Abraão Ferrarezi Lima, 18 anos, e Davi Vitor Mendes, 21 anos, e prendeu outros dois. (Amanda Amorim)

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