Ele está presente em todo o corpo e se algo estiver errado pode afetar a saúde
Dedicado à conscientização sobre a importância ao combate à anemia e à leucemia, o mês de junho foi caracterizado pela campanha ‘Junho Laranja’, que alerta sobre as doenças do sangue, com destaque para seu diagnóstico, prevenção e tratamento. Além dos cuidados para manter o sangue saudável, a ação também incentivou a população para a doação de sangue e de medula óssea.
A anemia é a redução dos glóbulos vermelhos no sangue e de acordo com a professora doutora do curso de Biomedicina da Uniderp, Larissa Zatorre Almeida Lugo, a doença pode ser detectada através de um hemograma. “Existem vários tipos de anemia com diversas causas, entre eles, a aguda, a crônica e a hereditária. O risco de anemia aumenta na gestação, durante o aleitamento materno, nos primeiros anos de vida das crianças e nos idosos”, alerta.
Já a leucemia afeta os glóbulos brancos do sangue, conhecidos como leucócitos, que se multiplicam em número acima do normal. Dependendo do tipo, essas células estão em sua forma madura ou imatura. O diagnóstico também é feito a partir de um hemograma e do leucograma, que mostrará a contagem das células no sangue.
“Não se conhece a causa da maioria das leucemias, que podem ser classificadas como aguda e crônica”, explica a especialista.
O número de casos de pessoas com leucemia tem aumentado. Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), nos próximos anos, o Brasil deve registrar 10 mil novos casos por ano de leucemia. Segundo a professora, as chances de cura com diagnóstico precoce são maiores.
“Quando descoberto mais cedo, tem 83% de chance de cura, por isso é importante o diagnóstico correto e inicial da doença”, afirma.
Sintomas
Os sintomas da anemia são típicos, mas alguns sinais físicos como cansaço, fraqueza, fadiga, dificuldade para concentração, queda de cabelo, falta de ar, sonolência e vontade de comer alimentos não convencionais como por exemplo, arroz e macarrão crus, gelo, papel, terra, borracha, podem estar relacionados.
“A anemia indica que algo não está funcionando bem em nosso corpo. Ela pode ser causada por diversos fatores: falta de nutrientes como ferro, vitamina B12, ácido fólico, além da destruição das hemácias por algum evento autoimune, hemorragias agudas ou mesmo pela falha de produção de glóbulos vermelhos pela medula óssea”, revela.
A especialista esclarece que as leucemias crônicas costumam ser assintomáticas, mas os pacientes podem apresentar aumento do fígado e do baço e às vezes, emagrecimento ou cansaço. Já as leucemias agudas são mais agressivas e os pacientes podem ter diversos sintomas, tais como febre, cansaço, palidez, falta de ar, emagrecimento e suores noturnos.
“Todos esses sintomas são comuns tanto na leucemia quanto na anemia, por isso é necessário ter calma e procurar um médico para um diagnóstico correto”, atenta.
Tratamento
O tratamento das anemias aguda e crônica é feito principalmente por meio de uma dieta balanceada, mas só isso não basta. A prática de atividade física e uma boa hidratação também são essenciais no combate à doença.
Já no tratamento da leucemia, a quimioterapia ainda é bastante utilizada, mas, pouco a pouco, vem sendo substituída por outras classes de remédios. Em alguns casos, o transplante de medula óssea é a única alternativa para os pacientes. Porém, ainda é muito difícil encontrar doares compatíveis, daí a necessidade do cadastro de medula óssea.
“Estes são propósitos que devemos promover de maneira constante para fazer a diferença! Dessa forma, todos nós podemos contribuir para combater ambas as doenças, sendo um doador de sangue e de medula óssea”, comenta.
A professora informa que não há prevenção para a leucemia, mas que uma vida saudável ajuda também no tratamento. “Infelizmente, as leucemias não são doenças evitáveis, pois até hoje não foram identificados fatores de risco para o desenvolvimento dessas doenças. Entretanto, ter um corpo saudável permite que o tratamento da leucemia seja iniciado, ao passo que pacientes com muitas doenças associadas costumam ter mais dificuldade em responder ao tratamento”, finaliza.
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(Texto: Bruna Marques)