Após denúncia da vereadora Lia Nogueira (PP) sobre suposto uso da verba pública para favorecer um empresário de comunicação em Dourados, o prefeito da cidade, Alan Guedes, registrou boletim de ocorrência de calúnia contra 4 jornalistas da cidade.

A denúncia feita pela vereadora ocorreu durante sessão ordinária da Câmara Municipal, quando ela fez uso da palavra na tribuna, na segunda-feira (17). Na terça-feira (18), conforme informações do Legislativo para o O Estado Online, nenhuma denúncia havia sido apresentada contra o prefeito. O que foi feito por parte da vereadora foi um requerimento cobrando explicações do prefeito sobre o suposto favorecimento. O boletim de ocorrência ficou em sigilo.

Segundo a denúncia feita por Nogueira, Guedes, quando era presidente da Câmara, entre 2019 e 2020, teria repassado um valor de cerca de R$ 800 mil para o empresário de comunicação Alfredo Barbara Neto, atual chefe de gabinete. O dinheiro seria uma fatia do que é disponibilizado pela Câmara para divulgação em veículos da imprensa. Alfredo Barbara Neto também registrou boletim de ocorrência contra os mesmos jornalistas.

O prefeito afirmou que as informações divulgadas não tem vínculo com a realidade e que toda a documentação e esclarecimentos referentes ao assunto serão disponibilizados, caso haja uma apuração. “Não é fácil pra mim como prefeito registrar uma ocorrência policial contra jornalistas, mas preciso proteger meu legado, minha honra e dar uma resposta às pessoas que confiam em mim como prefeito e cidadão”, disse.

Sindicato se manifesta

O Sinjorgran (Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Grande Dourados) chegou a divulgar nota de repúdio sobre a iniciativa do prefeito, Alan Guedes, e de seu chefe de gabinete, Alfredo Barbara Neto, de fazerem um boletim de ocorrência.

Em nota, o sindicato chegou a manifestar que a ação “serve como cortina de fumaça para esconder a tentativa de amordaçar os veículos de comunicação e seus profissionais”. Outro trecho da nota diz que ao “bastaria apresentar provas que os fatos graves denunciados pela vereadora não condizem com a verdade para esclarecer a situação”.