Ataques visavam o senador e ex-ministro, responsável por transferência de líderes do PCC
A polícia federal deflagrou, nessa quarta-feira (22), a operação Sequaz. O objetivo era desarticular o plano de uma organização criminosa, que pretendia realizar ataques contra servidores públicos e autoridades, incluindo homicídios e extorsão, mediante sequestro, em, pelo menos, cinco unidades da federação, entre elas Mato Grosso do Sul.
Segundo a PF do Estado, foi cumprido, em Campo Grande, um mandado de busca e apreensão, mas que “nada foi arrecadado”. De acordo com as investigações, que são coordenadas pela polícia federal de Brasília, os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea, e os principais investigados se encontravam nos Estados de São Paulo e Paraná. Em São Paulo, o alvo era o promotor Lincoln Gakiya, que atua há anos em investigações sobre a atuação do PCC. A PF ainda cumpriu mandados em Rondônia e Distrito Federal.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, publicou, nas redes sociais, que o plano descoberto pela PF tinha como alvos vários agentes públicos, entre eles um senador e um promotor de Justiça.
O senador em questão seria o ex-ministro Sergio Moro, que também se pronunciou pelas redes sociais agradecendo o trabalho das forças policiais. “Por ora, agradeço à PF, PM/ PR, polícias legislativas do Senado e da Câmara, PM/ SP, MPE/SP, e aos seus dirigentes, pelo apoio e trabalho realizado”.
Ao todo, foram expedidos 24 mandados de busca e apreensão, sete mandados de prisão preventiva e quatro de prisão temporária. Cerca de 120 policiais federais participaram da operação. O nome “Sequaz” se refere ao ato de seguir, vigiar e acompanhar alguém, devido ao método utilizado pelos criminosos, para fazer o levantamento de informações às possíveis vítimas.
Motivo dos ataques
Como ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), Sergio Moro transferiu vários chefes do PCC, entre eles Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, para o sistema penitenciário federal.
O principal líder do PCC foi transferido do sistema penitenciário estadual de São Paulo para a penitenciária federal, em Brasília, em fevereiro de 2019. Meses depois, seguiu para uma unidade federal em Rondônia e depois retornou para a capital federal.
Além dele, outros 21 integrantes da cúpula da facção foram transportados, naquele momento, em um avião das Forças Armadas, a partir do aeroporto da vizinha Presidente Prudente (SP) para a transferência.
Moro foi o juiz responsável por uma série de condenações pela operação Lava Jato, inclusive a que manteve o hoje presidente Lula (PT) preso por 580 dias, entre 2018 e 2019. No final de 2018, Moro abandonou a magistratura para, no ano seguinte, assumir o cargo de ministro da Justiça da gestão de Bolsonaro.
Em 2020, porém, Moro deixou o governo Bolsonaro, rompido com o presidente, e, em 2021, foi considerado parcial pelo STF (Supremo Tribunal Federal), na condenação de Lula.
O ex-juiz se filiou ao Podemos para disputar a Presidência em 2022, agora como rival tanto do petista como de Bolsonaro. Acabou decidindo concorrer a senador no Paraná, pela União Brasil, e foi eleito. Bunker seria cativeiro O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse, nesta quarta-feira (22), que a polícia federal encontrou evidências da montagem de bunkers, no Paraná, para sequestrar ou guardar armas, para preparar o assassinato do senador Sergio Moro (União Brasil).
Dino afirmou que as investigações começaram há cerca de 45 dias, a partir de comunicação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
Por Rafaela Alves – Jornal O Estado do MS.
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