Chamar alunos de volta às aulas é desafio no Estado com retorno presencial ainda sem data definida
Com o retorno às aulas programado para o dia 26 de julho na rede municipal e sem data programada para as escolas do Estado, Mato Grosso do Sul enfrentará um grande desafio para a retomada da normalidade no sistema público de saúde: a evasão escolar entre os adolescentes.
Isso é o que aponta pesquisa divulgada no fim de maio em conjunto pelo Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), Comitê Técnico da Educação do Instituto Rui Barbosa e os Tribunais de Contas brasileiros.
Chamada de “Permanência Escolar na Pandemia”, o estudo aponta o Estado com o pior índice da Região Centro- -Oeste em permanência na escola dos jovens entre 16 e 17 anos no início de 2020, quando as aulas presenciais foram suspensas por conta do início da pandemia da COVID-19.
Mato Grosso do Sul teve 20% dos alunos nessa faixa etária que abandonaram os estudos. O índice é maior que os registrados em Mato Grosso (19%), Goiás (14%) e Distrito Federal (2%).
Nosso Estado também é o pior da região em relação a outro item avaliado pela pesquisa: a quantidade de cidades que possuem índice de permanência de estudantes menor que o de 70%, limite aceito pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
A pesquisa aponta que 15% das cidades sul-mato- -grossense não cumpriram a meta considerada ideal. Mato Grosso ficou com 14%, Goiás com 8% e o Distrito Federal tem todas as cidades com o índice atingido.
Mato Grosso do Sul também tem o pior desempenho no que se refere à distorção entre a idade dos alunos e a série que deveriam estar cursando. O Estado tem 31% de estudantes mais velhos em séries consideradas inapropriadas. Mato Grosso tem 25%, Goiás 22% e Distrito Federal 28%.
O Indicador de Permanência é um indicador novo, criado pelo Iede, que mensura, através dos dados do Censo Escolar, o percentual aproximado de estudantes que passaram pela escola e a abandonaram.
O indicador contempla uma parcela muito maior de crianças e jovens, considerando não apenas aqueles que de fato estão no sistema escolar, como também aqueles que um dia já estiveram e saíram. Com esse indicador, é possível, por exemplo, fazer análises pelo nível socioeconômico dos estudantes, por sexo, raça e localização, ajudando na identificação de desigualdades.
(Confira a matéria completa na página A6 da versão digital do jornal O Estado)