Em decorrência do crescimento exponencial dos casos de COVID-19 em Campo Grande, a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul enviou à Justiça uma ação civil pública pedindo lockdown ao município. Na petição, foram citados dados e avaliações de especialistas sobre o novo coronavírus, nos quais a taxa de ocupação dos leitos de UTI (Unidades de Terapia Intensiva) já atingiu 93,47%, e que, conforme o último boletim epidemiológico divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) ontem (4), configura em 91% para a macrorregião de Campo Grande.
O pedido pelo lockdown, considerado uma medida extrema e impopular, foi recebido de modo divergente por gestores públicos, autoridades em saúde e representantes do comércio da Capital.
O prefeito Marquinhos Trad, em entrevista ao Midiamax, demonstrou surpresa em relação à recomendação da Defensoria Pública. “Os dados oferecidos pela Defensoria Pública dependem de interpretação, eu acredito que neste momento com a curva [de contágio] achatada, o lockdown seria algo de impacto muito negativo para a cidade, fecharmos toda a cidade sem fecharmos a macrorregião [de Campo Grande], por isso estamos aguardando que o poder judiciário peça para nós uma explicação, para que nós possamos nos manifestar, e demonstrar através dos números que não há nenhum momento de colapso dentro da nossa cidade, muito pelo contrário, estamos em condições suficientes de atender pessoas que precisam de leitos de UTI, neste momento não há necessidade para lockdown em Campo Grande”, frisou.
O titular da SES, Geraldo Resende, afirmou durante entrevista à TV Morena, ontem, que, apesar das medidas tomadas pelo governo de MS, a população se recusa a contribuir no enfrentamento à pandemia. “A população é rebelde e adere pouco às recomendações das autoridades de saúde. Temos ainda orientações distorcidas de autoridades administrativas e sanitárias, isso em Mato Grosso do Sul que é um Estado conservador no viés da discussão política, o que fez uma diferença na taxa de adesão ao isolamento aqui”, ressaltou. O secretário pontuou ainda que a doença não deve ser politizada. “Nós tomamos mais de 200 medidas, há mais de 200 dias ininterruptos estamos fazendo este apelo e ainda não tocamos na consciência das pessoas”, finalizou.
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(Texto: Mariana Moreira/Publicado por João Fernandes)