“Foi um descaso total”. Esta é a definição de uma paciente do CAPS III (Centro de Atenção Psicossocial)Afrodite Dóris Contis que flagrou nesta segunda-feira (5) a postura arbitrária de profissionais da saúde de Campo Grande. Sem querer se identificar, a pessoa conta que o pânico foi geral quando funcionários misturam três infectados com a COVID-19 aos demais usuários do local e os mandaram para casa em seguida sem fazer testes em nenhum deles. Ela teme ser processada por falar do assunto e ser identificada por estar com o celular em mãos durante os fatos relatados aqui.
Localizado na Rua 7 de Setembro, 1.979, esquina com Rua Bahia, no bairro Jardim dos Estados, a unidade de saúde recebeu 100 unidades de testes para o novo coronavírus e no local só, de acordo com a testemunha, não haviam 40 funcionários. “Poderiam ter feito nos pacientes também. Mas não fizeram….Muitos que fazem o tratamento lá foram pra casa desamparados podendo ter o vírus e contaminar suas famílias”, desabafa.
Ela conta que a exposição de positivos para o novo coronavírus com pessoas não infectadas não é de hoje. “Faz dias que alguns internos estão com sintomas do COVID lá no CAPS. Eles não os isolaram e os pacientes ficaram no convívio normal com a gente ( os demais pacientes). Daí hoje saiu os resultados dos pacientes positivos para COVID. O que eles fizeram? Deram alta para todos os internados, semi-internos….Que passam o dia lá e dormem em casa. Foi uma correria total..Um pânico…Deram alta para todo mundo…Não deram instruções pra famílias….Mandaram todo mundo embora”, relata.
pacientes
De acordo com a testemunha, ela possui depressão crônica e síndrome de Boderlaine. “Mas lá têm dementes, esquizofrênicos e inúmeras patologias. O teste norma é agendado para 5 dias e depois quase 10 dias pra sair o resultado. Até lá quem toma 15 comprimidos diários igual eu, que tem a imunidade baixa, e em 15 dias já foi. Em 15 dias já morri. Digo isso porque o teste que eles fizeram lá sai o resultado em 2 dias”, conta.
A testemunha relata que lá há pessoas com tornozeleira eletrônica e não podem sair do local. “Tinha também 5 mulheres internadas, uns 5 homens e mais uns 5 ou 6 semi-internados. E todos tomam muitos remédios. Ou seja a imunidade é baixa. Deram prioridade somente para os funcionários e médicos fazerem o teste. Os funcionários já foram vacinados. Não havia necessidade de fazerem só os testes neles. É uma Injustiça”, se indigna.
Para ela, sobrou mais de 50 testes, o suficientes para os internos. “Nos trataram como ratos de laboratórios. A obrigação deles, dos administradores, seria fazer o teste em todos os pacientes e orientar as famílias e depois mandar para casa para serem monitorados. Mas fizeram total descaso. Como sempre fazem com a gente”, pontua aborrecida.
A testemunha confrontou os funcionários dizendo que alertaria a impressa sobre o ocorrido e depois disseram quem fariam os testes no que foram para casa. Mas pelo aruho que ela fez, fizeram o testes nela e a mandaram embora.