Número de crianças internadas no Hospital Regional aumentou 128% em relação ao ano passado

Foto: Reprodução / Arquivo
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No HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), unidade de referência para o tratamento da COVID- 19 no Estado, o número de crianças internadas com idades entre 0 e 9 anos registrou um aumento de 128% se comparado o ano passado com este ano.

Em 2020, 21 crianças dentro da faixa etária citada tiveram de ficar internadas em decorrência da doença. Conforme o hospital, todas receberam alta médica. Neste ano, até então, já foram 48 internações. Deste total, 40 já receberam alta, 7 morreram e uma ainda segue internada no hospital.

Na Capital, segundo registros da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), o aumento foi de 70% entre um ano e outro. Em todo o ano de 2020 foram 51 crianças de 0 a 9 anos internadas em Campo Grande por COVID-19 e todas elas evoluíram para alta médica.

Até o momento, em 2021, a pasta confirma 87 internações em decorrência da infecção, sendo que 54 já estão com os registros finalizados e também já estão em suas residências. Os demais casos ainda não tiveram encerramento no sistema de notificação, o que não significa que as 33 crianças ainda estão hospitalizadas.

O aumento, de acordo com os dados do HRMS e da Capital, é maior que o nacional. Isso porque, no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, o número de internações de crianças menores de 9 anos cresceu em 50% em seis meses. Neste ano, de janeiro a junho, 15.483 crianças foram internadas com a doença. Em 2020, de abril a dezembro, foram 10.352.

De acordo com a infectologista pediátrica Ana Lúcia Lyrio, a imunização das crianças seria uma forma de evitar o aumento da doença entre as crianças. “Sem dúvida a imunização é a única forma de evitar a ocorrência, principalmente, desses casos que evoluem para a morte”, assegurou.

Até o momento, no Brasil, apenas o imunizante da Pfizer tem autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para que seja aplicado em menores de 18 anos. No entanto, a faixa etária liberada é de 12 a 17 anos.

O Butantã chegou a fazer um pedido junto à agência para incluir crianças com idades entre 3 e 17 anos nas pessoas que possam receber a CoronaVac no país. Mas no dia 18 de agosto, por decisão unânime, o pedido foi negado pela diretoria colegiada da Anvisa.

Taxa UTI
Inclusive, a taxa de ocupação dos leitos pediátricos de UTI/ SUS voltou a subir em Mato Grosso do Sul. De sexta-feira (1º) para segunda-feira (4), tendo em vista que os boletins epidemiológicos estão sendo apresentados apenas nas segundas, quartas e sextas-feiras, o aumento foi de 40%.

Na sexta-feira havia quatro crianças internadas em UTI/ SUS, sendo três confirmados e um com suspeita de COVID-19. Já na última segunda-feira, a taxa de ocupação era de 120%, e das cinco vagas disponíveis, estavam internadas seis crianças e todas testaram positivo para a doença.

O aumento é ainda maior se comparado com o dia 4 de setembro, quando estavam internadas duas crianças e a taxa de ocupação era de 40%. Entretanto, vale ressaltar que o número de internados oscila bastante e por meio do boletim não tem como saber o tempo de internação de cada paciente.

O Estado já chegou a registrar uma taxa de ocupação de leitos de UTI/SUS pediátrico de 160% durante o momento mais crítico da doença, que foi começo de junho. Na época, além dos cinco leitos disponíveis, outros três tiveram de ser improvisados para atender a demanda.

Essa superlotação dos leitos pediátricos de UTI ocorreu no mesmo período em que adultos foram transferidos para outros estados da Federação, pela falta de leitos na rede pública.

Casos e mortes Conforme dados do Painel Mais Saúde, da SES (Secretaria de Estado de Saúde), desde o começo da pandemia, em março do ano passado, 14.188 crianças entre 0 e 9 anos testaram positivo para COVID.

Deste total, 12 morreram, sendo que 9 foram registradas neste ano e três no ano passado. Um aumento de 200% no número de mortes dentro da faixa etária em questão.

“Esse aumento tem, sim, correlação com a COVID-19. Infelizmente algumas crianças evoluem para síndrome inflamatória sistêmica, muito grande”, explicou a infectologista. (Rafaela Alves)

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