Pesquisadores brasileiros descobriram uma nova espécie de pterossauro que habitava o Sul do Brasil entre 110 milhões e 80 milhões de anos atrás. O réptil voador, que foi chamado de Keresdrakon vilsoni, foi documentado em artigo publicado na revista Academia Brasileira de Ciências, em edição publicada nesta semana. Os fósseis do animal foram encontrados em rochas de arenito da chamada Bacia Sedimentar do Paraná/Bauru, localizadas no município de Cruzeiro do Oeste, noroeste do Paraná.
O achado contou com o trabalho de pesquisadores do Museu Nacional (ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro), Universidade do Contestado (Santa Catarina), Universidade Autônoma de Barcelona (Espanha), Universidade Regional do Cariri (Ceará) e Universidade Federal de Pernambuco.
Conforme o pesquisador Luiz Carlos Weinschütz, da Universidade do Contestado, o animal tinha 2,5 metros de envergadura e cerca de 15 quilos. A descoberta é resultado de escavações feitas na região de 2012 a 2014. Desde então, as rochas com as amostras haviam sido levadas para o laboratório do Centro Paleontológico (Cenpaleo) da universidade, em Mafra, no norte de Santa Catarina, para serem examinadas.
Segundo Weinschütz, o animal vivia numa região desértica, ao redor de um oásis com água e vegetação. Tempestades ocasionais que inundavam a área podem ter arrastado os ossos para o mesmo local e dispostos em camadas, como as que foram encontradas.
Esta é mais uma espécie descoberta pelos pesquisadores na região, depois do pterossauro Caiuajara dobruskii (em 2014), do lagarto Gueragama sulamericana (em 2015) e do dinossauro Vespersaurus paranaensis (em junho deste ano).
O local ganhou o nome de “cemitério dos pterossauros”, devido aos fósseis pré-históricos encontrados pela primeira vez em 1971. (Com informações da Deutsche Welle)