Nos últimos nove meses, nenhuma escola particular foi notificada por surto de COVID-19

Divulgação/Escola Harmonia
Divulgação/Escola Harmonia

Enquanto rede pública ensaia volta presencial das aulas, rede privada destaca que retomada foi tranquila

Desde a retomada das aulas presenciais na rede particular, em setembro do ano passado, a Prefeitura de Campo Grande não notificou e nem teve de fechar nenhuma escola por surto de contaminação da COVID-19 ou por descumprimento do plano de biossegurança, exigido pelo Município para que alunos e funcionários pudessem voltar. Na ativa desde setembro do ano passado, há escola que afirme não ter registrado nenhum caso do novo coronavírus desde a reabertura, enquanto outras alegam contaminações pontuais, sem ligação ou interferência na rotina dos estudantes.

“Desde o início nossa orientação foi para que alunos e funcionários se afastassem ao menor sinal de gripe. Mesmo assim, por incrível que pareça, não tivemos casos”, explica Erika Karla Barros da Costa, coordenadora pedagógica do Colégio ABC / CBA.

Segundo ela, a realidade da escola nem de longe continua a mesma de antes da pandemia e para conseguir abrir novamente as portas, a unidade precisou traçar um plano criterioso que depois de pronto, ainda passou por análise de fiscais da prefeitura. Com o plano aprovado, Erika afirma que veio a parte mais difícil: fazer com que as estratégias se encaixassem na realidade de toda comunidade escolar.

“O plano foi repassado para os pais e eles assinaram um termo de cooperação. Em seguida, veio o momento de explicar todas as normas para os alunos, com direcionamento específico para faixa de idade. Todos os funcionários que não eram do grupo de risco e que puderam voltar, tiveram palestra com enfermeiros e também tivemos de treinar os professores que não estavam adaptados ao ensino remoto. Acredito que esse processo tenha sido o mais difícil”, relata.

Na Escola Harmonia a implantação de um novo modelo de ensinar, não foi diferente e envolveu toda comunidade estudantil na elaboração e aplicação de medidas que até hoje são seguidas à risca. “Somos muito rigorosos. Ninguém entra sem máscara e temos horário para trocá-las. Além da rotina pedagógica, criou-se uma rotina higiênico sanitária com momento para lavar as mãos e passar álcool”, explica.

Para ela, o controle feito para alunos e trabalhadores rendeu bons resultados. Segundo a coordenadora, desde o ano passado nenhum aluno da educação infantil teve COVID. “Tivemos casos isolados de funcionários que foram imediatamente afastados. Fazendo a comparação com o cenário da cidade e com o ambiente escolar, foi algo muito pequeno”, relata.

Com a experiência que teve nos últimos 9 meses, Talita acredita que o retorno presencial na rede pública deverá ser tranquilo. “A volta nas escolas particulares foi muito positiva e pelo que percebi, a rede pública também está bem equipada com manuais de segurança, máscaras, jalecos e medidas de biossegurança”, pontua. Além disso, a diretora lembra que, de volta à escola, os estudantes terão benefícios “sociais, pedagógicos e emocionais”.

A mesma opinião é compartilhada por Lucio Rodrigues, diretor do Colégio Status, que cita o exemplo de outros estados que já autorizaram escolas públicas a voltar. Até o momento, nove dos 27 estados brasileiros retomaram as aulas presenciais. Além de Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Sergipe e Piauí já anunciaram que as escolas voltam a partir de agosto.

“A rede pública aqui tem que fazer a análise dos outros estados que voltaram e não tiveram contaminações substanciais. E agora, a vacinação dos professores dá uma segurança ainda maior”, comenta.

Segundo dados da SES (Secretaria de Estado de Saúde), todos os 55 mil trabalhadores da educação já receberam a primeira dose da vacina contra a COVID-19, apesar disso, menos de 10% completaram o ciclo vacinal.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que após a Prefeitura sinalizar sobre a retomada das aulas presenciais, unidades de ensino tiveram que apresentar plano de biossegurança, avaliado pela Vigilância Sanitária. “Em seguida, fiscais fizeram análise in loco para constatar as adequações”, disse a Secteraria. Até o momento nenhuma escola foi notificada por não cumprir o regulamento.

Texto: Clayton Neves

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