Alex Fabrício acumula passagens pela Europa e visa consolidar carreira
O corumbaense Alex Fabrício, 26 anos, foi anunciado terça-feira (9) como jogador do Albicastrense Andebol, clube da segunda divisão da liga portuguesa de handebol. O lateral-direito reforça a equipe que já conta com cinco brasileiros e inicia a temporada em Castelo Branco – município a 220 km de Lisboa – ainda este mês.
Sua trajetória começou em 2009, quando conheceu a modalidade na Escola Municipal Doutor Eduardo Olímpio Machado, no Bairro Coophavila 2, em Campo Grande. “Fui me destacando, em 2013 ganhei bolsa na Funlec, passei pela Escola Rui Barbosa, onde terminei o Ensino Médio. Atuei ainda no Rio de Janeiro, pelo Flamengo Handebol Campus, e retornei para Mato Grosso do Sul, onde joguei pela UCDB e pela Unigran, conciliando com os estudos”, recorda o atleta, à reportagem de O Estado.
Mesmo após o encerramento das equipes universitárias, o jogador seguiu vinculado ao esporte por meio do Máquinas Handebol Clube, fundado com colegas de quadra. “É o meu clube do coração, nasceu entre amigos quando o time da UCDB acabou e segue ativo até hoje”, diz.
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Início via região dos Balcãs
A carreira internacional de Alex teve início em 2022, quando defendeu o Deçani, em Kosovo. Depois, jogou uma temporada na Sérvia, pelo RK Mladost Vranje. “Foram experiências desafiadoras, principalmente pela barreira da língua, já que os países falavam albanês e sérvio, respectivamente, e pelo frio intenso, cheguei a jogar com 9 graus negativos”, relata.
De volta ao Brasil, disputou a temporada de 2024 pelo Handebol Londrina, alcançando o terceiro lugar no Campeonato Paranaense da primeira divisão e nos Jogos Abertos do Paraná. Já em 2025, defendeu o CB Tacoronte, da segunda divisão espanhola.
Agora, encara o desafio de consolidar sua carreira em Portugal. Segundo o atleta, a adaptação no país tem sido tranquila. “Aqui me sinto em casa. Além dos portugueses, o elenco tem brasileiros e atletas de Cabo Verde, todos falantes de português. É uma mistura que facilita muito o dia a dia”, afirma.
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Esforço recompensado
Diferente de outras oportunidades, a ida para o Albicastrense partiu da iniciativa do próprio jogador. Morando em Castelo Branco, Alex procurou o clube e foi chamado para treinar. “No início disseram que o elenco estava fechado, mas abriram espaço para eu mostrar meu trabalho. Treinei duas semanas com eles na pré-época e depois recebi o ‘sim’. Gostei da forma como conduziram, foram claros e corretos”, conta.
O time estreia no Campeonato Nacional no próximo dia 20, em casa. Antes disso, a equipe faz amistosos em Coimbra. “A expectativa é grande. Estamos treinando há mais de um mês, com foco físico e técnico, e isso dá confiança para a estreia. Estou bastante ansioso, mas animado”, afirma.
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Falta de perspectivas afeta handebol local, diz atleta

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
Apesar do currículo internacional, Alex mantém vínculos com o handebol do estado, mas avalia que a modalidade ainda carece de investimento e continuidade. “Atletas existem, mas falta estrutura. Muitas vezes não temos nem quadra disponível. O Máquinas, por exemplo, podia treinar um dia por semana, e se quisesse mais tinha que pagar”, relata.
O atleta cita a ausência de perspectivas após as categorias de base. “A federação investe nos cadetes e juvenis, mas quando chega no adulto não há sequência. Muitos atletas acabam deixando o esporte para trabalhar ou se mudam para outros estados onde tem mais perspectiva de viver do handebol. Perdemos talentos que poderiam fortalecer o handebol sul-mato-grossense”, observa.
Para Alex, é preciso olhar para o futuro da modalidade. “Não é só oferecer bolsas, tem que ter planejamento técnico e valorização real. Caso contrário, o esporte se mantém apenas como status, sem gerar títulos ou carreiras duradouras”, conclui.
Por Mellissa Ramos
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