Na defesa da Liberdade de Imprensa

** Pedro Chaves

Tenho muito respeito e admiração pelos profissionais da imprensa. Conheço muito bem o papel fundamental que eles cumprem objetivando informar a população sobre os fatos nas mais diversas dimensões da sociedade. Para que eles possam cumprir fielmente suas atividades é preciso ampla liberdade. Absolutamente nada pode impedir que o jornalista desempenhe sua função. Qualquer forma de censura é crime!

A plena liberdade de imprensa não é uma abstração. Ela é produto de muita luta da categoria para ter essa conquista. A Constituição Brasileira assegura a livre manifestação de pensamento. Toda democracia cultiva a liberdade de imprensa e a pluralidade de pensamento. É fundamental o contraditório. O confronto de ideias é o motor da história. Nenhuma sociedade consegue ser desenvolvida e justa com seu povo amordaçando a imprensa.

Por muitos anos fui Reitor da Uniderp. Lembro com muito orgulho dos debates de ideias que aconteciam na instituição. Sou testemunha da importância deles para o crescimento da universidade. A ciência não pode ter um caminho único. O jornalismo também não. A construção de sociedades equilibradas e justas só é possível com ampla liberdade.

Quando trato desse assunto tenho o cuidado de separar o joio do trigo. Sei muito bem que existe a chamada imprensa marrom que não se preocupa com a verdade dos fatos. Mas não é dessa que estou falando. Ademais, me preocupa muito algumas iniciativas autoritárias contra os profissionais da mídia.

Nos últimos anos, infelizmente, no Brasil e no mundo, a violência contra os jornalistas vem aumentando. Esse é um problema que merece atenção de todos que defendem a democracia. A ONU, em 1993, designou a data de 03 de maio como o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Essa decisão teve como fundamento a necessidade de se refletir sobre as condições de trabalho desses profissionais. Essa organização está muito preocupada em defender os meios de comunicação dos ataques insanos que se repetem em vários lugares do mundo.

No caso do Brasil, infelizmente, conforme denúncia feita Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) – houve 208 ataques contra veículos de comunicação e jornalistas ao longo do ano de 2019-. Essa cifra representa um aumento do número de casos de violência contra a mídia de 54% se comparado com o ano de 2018.

Quem acompanha os noticiários está vendo ao vivo e a cores que a situação tende a sair do controle. Jornalistas são agredidos quase todos os dias pelos simples fatos de estarem trabalhando. Trata-se de algo condenável. O Judiciário, o Executivo e o Legislativo tem que tomar providencias urgente contra essa escalada de violência.

O Brasil precisa de cultura de paz. Aqueles que não querem viver em uma sociedade complexa, heterogênea e contraditória como a nossa, lamentavelmente, terão pela frente a mão pesada da justiça.

O caminho do Brasil é ser livre, rico e fraterno com seu povo. Os ataques aos meios de comunicação e a seus profissionais são iniciativas típicas de sociedades totalitárias. Não é isso que queremos!

** É economista, educador, empresário e Secretário de Governo do Estado de Mato Grosso do Sul.

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