MST bloqueia rodovias em MS; manifestantes esperam respostas de Brasília

Foto: reprodução/redes sociais
Foto: reprodução/redes sociais

A segunda-feira (28) começou com bloqueio na BR-060, rodovia que liga Campo Grande a Sidrolândia. Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e outros grupos, como o Grupo Unitário, que lutam pela reforma agrária. A MS-164, em Ponta Porã, também está interditada e, até o momento, não há previsão de liberação das vias. Além dos bloqueios nas rodovias, manifestantes também estão reunidos a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), em Campo Grande.

De acordo com Claudinei Barbosa, coordenador do MST, o protesto busca pressionar o Governo Federal por respostas concretas quanto à criação de assentamentos prometidos e à garantia de assistência para famílias acampadas em Mato Grosso do Sul. “Vamos sair a partir do momento em que tivermos uma resposta, com a vinda de alguém de Brasília para resolver a nossa situação. Lutamos pela terra e pela reforma agrária”, afirmou Barbosa.

O coordenador do MST informou ainda que, Mato Grosso do Sul foi um dos estados que ficou de fora da última lista do “Terra da Gente”, programa que define as prateleiras de terras disponíveis no país, para assentar famílias que querem viver e trabalhar no campo. Além da reivindicação pela reforma agrária, o acesso a linhas de crédito e o “Abril Vermelho”, movimento que marca a Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária do MST, focada em denunciar o trabalho escravo no agronegócio e a destruição ambiental, também está em . O 17 de abril, em memória ao Massacre de Eldorado do Carajás, é a principal data de mobilização, também estão em evidencia nas manifestações.

Imagens do local mostram que os manifestantes utilizam galhos de árvores e fogo para impedir a passagem de veículos, bloqueando totalmente a rodovia. Motoristas que costumam passar pela região, foram surpreendidos pelo bloqueio.

Agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) estão no local e monitoram a manifestação para garantir a segurança na região.

Em Dourados

Em Dourados, a intervenção das superintendências do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) e do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) foi crucial para evitar o agravamento de um conflito após a ocupação de uma área rural pertencente à empresa. Cerca de 300 famílias ligadas ao MST invadiram o imóvel no distrito de Panambi, às margens da MS-379, na manhã de sábado (26).

Segundo o MST, a ação teve como objetivo denunciar que a propriedade estaria há mais de 12 anos sem cumprir sua função social, reivindicando o assentamento das famílias que há meses ocupam áreas próximas à rodovia.

A ocupação gerou forte reação dos proprietários e mobilizou forças estaduais de segurança, como o Batalhão de Choque, o DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e o Corpo de Bombeiros. A tensão levou a uma ação de retirada que inicialmente contou com o uso de bombas de efeito moral e balas de borracha.

No entanto, após negociações envolvendo o Governo Federal, a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) e as forças de segurança, foi priorizada uma abordagem pacífica. As superintendências do MDA e do Incra solicitaram que a operação garantisse a integridade física das famílias. Parlamentares como a deputada federal Camila Jara (PT) e a deputada estadual Gleice Jane (PT) também participaram das tratativas.

O diálogo resultou na retirada pacífica dos ocupantes, sem registros de confrontos ou feridos. As negociações continuam, com o Governo Federal tentando acelerar a destinação de imóveis para fins de assentamento no Estado.

 

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