Mesmo em obras, chuva rápida traz à tona problema antigo na Avenida Calógeras

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Foto: Valentin Manieri

Em poucos minutos, a chuva na tarde de ontem (25) causou alagamento na Avenida Calógeras, no trecho entre a Avenida Fernando Corrêa da Costa e Avenida das Bandeiras. O problema, que já é antigo, é ocasionado pela falta de drenagem na via, bem como pela ausência de limpeza e manutenção dos bueiros. Conforme pedestres, comerciantes e clientes que reivindicam melhorias, os bueiros estão sempre entupidos de lixo, resíduos e terra. 

Vale ressaltar que a via está sendo revitalizada. As obras foram iniciadas em novembro de 2021 e agora estão paradas, tendo em vista que, praticamente um ano depois, a empresa responsável, GTA Projetos e Construções Ltda., pediu desistência do contrato. 

Orçada em mais de R$ 13 milhões, com investimento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para mobilidade urbana das cidades, a obra chegou a ter várias etapas do projeto concluídas. Que incluem justamente obras de drenagem. No projeto inicial estão previstos 2.631 metros de drenagem. O projeto em execução faz parte do programa Reviva Campo Grande que prevê faixa exclusiva de ônibus, instalação de ciclovias e recapeamento das vias. 

Para Benedito Barbosa, 68, que trabalha há 35 anos em uma loja automotiva na avenida, o transtorno afeta a todos. “Ainda não fizeram a drenagem, a ligação da tubulação que colocaram aqui no ano passado. Isso gera um transtorno pra quem precisa atravessar ou entrar aqui na loja. A água chega até a calçada e alaga tudo. Tenho 40 anos em Campo Grande e 35 que trabalho aqui e é sempre assim. Vi essa avenida um pouco melhor quando Lúdio Coelho recapeou”, relembrou. 

Já para o comerciante José Antônio, 39, o problema recorrente dos alagamentos é decorrente da falta de limpeza dos bueiros, que além de serem poucos estão sempre entupidos. “Os bueiros estão cheios de terra e nunca limparam. A Solurb só limpa superficialmente, se chover enche de sujeira de novo. As obras que fizeram aqui foi um tipo de engenharia estupida, colocaram as manilhas, mas não fizeram a ligação, inclusive as obras causaram transtornos e um prejuízo em torno de 40% para todos nós”, observou. 

Há 25 anos com uma lanchonete na Avenida Calógeras, João Pedro, 54, conta que a água entra em seu estabelecimento, o que prejudica a vinda dos clientes. “A água entra tudo aqui na minha lanchonete, não dá para sentar nas mesas. Está bem feio isso aqui e a gente não acostuma nunca. Esperamos que terminem essas obras, disseram que ficaria igual a da Rui Barbosa. Até agora fizeram a drenagem, mas não ligaram as bocas de lobo”, ponderou. 

Com uma loja de pneus na Avenida Calógeras com a Rua Spipe Calarge, a comerciante Alessandra Gomide, 43, diz que só não sofre mais com o problema porque a entrada dos clientes fica na rua paralela. “Mesmo após o recapeamento, o problema com alagamento é direto. Acredito que primeiramente é preciso limpar os bueiros pra escoar a água da chuva. Estou aqui há quatro anos”, revelou. 

A equipe do jornal O Estado procurou a Prefeitura de Campo Grande para falar sobre o problema, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta. 

Prefeitura vai recuperar Avenida Senador Filinto Müller

Após as chuvas, a Prefeitura de Campo Grande afirmou que vai dar prioridade na recuperação da área na Avenida Senador Filinto Müller, entre as rotatórias das avenidas Georges Chaia e Gabriel Spipe Calarge. O trecho está interditado desde o dia 5 de janeiro e o trânsito de veículos está proibido na pista contrária ao Lago do Amor, sentido centro/bairro. 

A interdição foi uma medida preventiva adotada diante do risco de desmoronamento do aterro. A Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), em parceria com a Semadur (Secretaria de Meio Ambiente e Gestão Urbana), iniciou um plano de trabalho para a recuperação do local com a recomposição do trecho do aterro e sustentação do local. 

“Concluímos hoje (25) o projeto que agora segue para o orçamento. Reforçamos o risco eminente de desmoronamento e pedimos que a população não ínsita em passar pelo trecho”, apelou o secretário, Domingos Sahib Neto. 

Cabe reforçar que, por medida de segurança, os cavaletes instalados na área pela Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) serão mantidos por tempo indeterminado. Já a Sisep orienta que os pedestres não utilizem a via e caso as chuvas continuem; a pista em sentido bairro/centro também será interditada. 

Por fim, a Agetran reforça que os motoristas que seguem pela Rua da Candelária devem virar à direita, entrar na Avenida Georges Chaia, na sequência na Rua do Hipódromo até a Avenida Gabriel Spipe Calarge, por onde alcançarão a Avenida Senador Filinto Müller. E no sentido em direção ao Centro, o trajeto é o mesmo. 

Por Suelen Morales – Jornal O Estado do MS

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